ATA DA SESSÃO DE INSTALAÇÃO DA SEGUNDA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 15-02-2006.
Aos quinze dias do mês de
fevereiro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas,
foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir
Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Mario Fraga, Maurício Dziedricki,
Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion, Sebastião Melo e Sofia
Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Gerson Almeida, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely,
Maristela Maffei, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Nilo Santos, Paulo Odone e Valdir
Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de
Providência nos 189, 203, 204 e 214/06 (Processos nos
0698, 0742, 0743 e 0786/06, respectivamente), os Pedidos de Informação nos
033, 034, 036, 039, 041, 042 e 043/06 (Processos nos 0702, 0707,
0744, 0773, 0785, 0807 e 0808/06, respectivamente) e os Projetos de Resolução nos
017, 018 e 019/06 (Processos nos 0022, 0023 e 0024/06, respectivamente);
pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 054,
059 e 060/06 (Processos nos 0371, 0393 e 0394/06, respectivamente) e
os Projetos de Resolução nos 159 e 161/05 (Processos nos
7397 e 7401/05, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os
Pedidos de Providência nos 152, 178, 179 e 180/06 (Processos nos
0586, 0663, 0664 e 0665/06, respectivamente) e o Pedido de Informação nº 031/06
(Processo nº 0615/06); pelo Vereador Carlos Comassetto, os Pedidos de
Informação nos 010 e 019/06 (Processos nos 0362 e
0461/06, respectivamente), o Projeto de Lei do Legislativo nº 328/05 (Processo
nº 7180/05) e os Projetos de Resolução nos 012, 014 e 015/06
(Processos nos 0015, 0017 e 0018/06, respectivamente); pelo Vereador
Carlos Todeschini, os Pedidos de Providência nos 143, 144, 160 e
161/06 (Processos nos 0575, 0576, 0599 e 0600/06, respectivamente);
pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Resolução nº 041/06 (Processo nº
0089/06); pelo Vereador Dr. Goulart, o Projeto de Resolução nº 048/06 (Processo
nº 0424/06); pelo Vereador Ervino Besson, os Pedidos de Providência nos
092, 093, 184, 185, 186, 187, 188 e 208/06 (Processos nos 0462,
0463, 0691, 0692, 0693, 0694, 0695 e 0764/06, respectivamente) e o Projeto de
Lei do Legislativo nº 009/06 (Processo nº 0334/06); pelo Vereador Haroldo de
Souza, os Pedidos de Providência nos 057 e 145/06 (Processos nos
0383 e 0577/06, respectivamente); pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de
Informação nº 038/06 (Processo nº 0772/06); pelo Vereador João Carlos Nedel, o
Projeto de Resolução nº 040/06 (Processo nº 084/06); pelo Vereador José Ismael
Heinen, o Projeto de Lei do Legislativo nº 026/06 (Processo nº 0771/06); pela
Vereadora Manuela d'Ávila, os Pedidos de Providência nos 2966/05,
142 e 183/06 (Processos nos 7251/05, 0573 e 0682/06, respectivamente),
os Pedidos de Informação nos 011, 023 e 028/06 (Processos nos
0400, 0494 e 0548/06, respectivamente) e, juntamente com o Vereador Raul
Carrion, o Projeto de Resolução nº 016/06 (Processo nº 0019/06); pela Vereadora
Maria Celeste, os Pedidos de Providência nos 2971, 2972, 2973,
2982/05 e 006/06 (Processos nos 7282, 7283, 7284, 7315/05 e 0141/06,
respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 330/05 (Processo nº
7307/05); pela Vereadora Neuza Canabarro, o Pedido de Providência nº 209/06
(Processo nº 0768/06) e o Pedido de Informação nº 037/06 (Processo nº 0766/06);
pelo Vereador Professor Garcia, os Pedidos de Providência nos 050,
190, 210, 211, 212 e 213/06 (Processos nos 0344, 0705, 0778, 0779,
0780 e 0781/06, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 010/06
(Processo nº 0343/06); pelo Vereador Raul Carrion, os Projetos de Resolução nos
045 e 046/06 (Processos nos 0144 e 0161/06, respectivamente); pelo
Vereador Sebastião Melo, os Pedidos de Providência nos 032, 033,
048, 049, 072, 073, 091, 140, 141 e 171/06 (Processos nos 0275,
0276, 0314, 0315, 0420, 0421, 0456, 0571, 0572 e 0641/06, respectivamente), o
Pedido de Informação nº 026/06 (Processo nº 0529/06) e os Projetos de Resolução
nos 050, 051 e 053/06 (Processos nos 0567, 0568 e
0570/06, respectivamente); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de
Providência nº 100/06 (Processo nº 0478/06) e os Pedidos de Informação nos
004, 005, 006, 007, 008 e 020/06 (Processos nos 0184, 0185, 0186,
0187, 0188 e 0479/06, respectivamente). Ainda, foram apregoados os seguintes
Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento de
Processos: de autoria do Vereador Dr. Goulart, com referência aos Projetos de
Lei do Legislativo nos 113/01 e 150/04 (Processos nos
1872/01 e 3524/04, respectivamente); de autoria do Vereador Haroldo de Souza,
com referência ao Projeto de Resolução nº 080/04 (Processo nº 2686/04); de
autoria do Vereador Nereu D'Avila, com referência ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 078/91 (Processo nº 1179/91). Também, foi apregoado o Ofício nº
113/05 (Processo nº 0833/06), de autoria do Senhor José Fogaça, comunicando que
se afastará do cargo de Prefeito Municipal de Porto Alegre do dia treze ao dia
dezenove de janeiro do corrente, para gozo de férias. Do EXPEDIENTE, constaram:
Ofícios nos 478/05, 001, 002, 034, 065, 066, 067, 068 e 069/06, do
Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 187 e 214/06, do Senhor Marcus
Lemos, Subsecretário de Gestão da Política de Direitos Humanos da Secretaria
Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; 390 e 397/05, do
Senhor Valdemir Colla, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal –
CEF; 5047, 5064 e 5070/06, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde;
Comunicados nos 202940 e 210819/05, do Senhor José Henrique Paim
Fernandes, Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE.
A seguir, foi apregoado Requerimento de autoria do Vereador Maurício
Dziedricki, Líder da Bancada do PTB, solicitando, nos termos do artigo 218, §
6º, do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para o Vereador Alceu
Brasinha, nos dias de hoje e amanhã, tendo o Senhor Presidente declarado
empossado na vereança o Suplente Nilo Santos, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação. Em continuidade,
foi apregoado Requerimento de autoria da Vereadora Margarete Moraes, solicitando
Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. Às quatorze horas e vinte e
quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às
quatorze horas e vinte e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão comentou as expectativas da
Bancada do PPS e do Governo Municipal em relação aos trabalhos desta Casa na
atual Legislatura, afirmando que a colaboração entre os Poderes Executivo e
Legislativo é essencial para os interesses da Cidade. Ainda, opinou ser possível
compatibilizar a campanha eleitoral deste ano com os trabalhos da Câmara Municipal,
analisando a relevância do Poder Legislativo para a democracia. O Vereador João
Antonio Dib cobrou a diminuição da burocracia no processo de adequação de
imóveis irregulares e propôs a agilização da tramitação de Projetos de Lei que
denominam logradouros, argumentando que essas medidas aumentarão a arrecadação
de impostos pela Prefeitura Municipal. Também, destacou as dificuldades e a responsabilidade
de se presidir este Legislativo, salientando a confiança de Sua Excelência na
capacidade do Vereador Dr. Goulart de desempenhar esse papel. O Vereador Nereu
D'Avila defendeu o cercamento do Parque Farroupilha para melhorar as condições
de segurança do local, corroborando as colunas do jornalista Paulo Sant’Ana no
jornal Zero Hora de ontem e de hoje sobre o assunto. Ainda, informou que está
apresentando Projeto de Lei revogando a obrigatoriedade de realização de
plebiscito sobre cercamento de parques, sustentando que essa determinação
diminui o poder de decisão e execução do Governo Municipal. O Vereador Elói
Guimarães chamou a atenção para a realização de eleições estaduais e federais
no corrente ano, enfatizando que esta Casa não pode faltar com sua obrigação de
encaminhar questões relativas aos interesses da população porto-alegrense.
Nesse sentido, discorreu sobre a influência da imprensa na opinião pública em
relação aos parlamentos brasileiros, ressaltando que as Casas Legislativas não
podem ter suas atividades pautadas por interesses externos. A Vereadora Sofia
Cavedon comemorou os resultados obtidos pelo Presidente da República nas
pesquisas de intenção de voto para as eleições deste ano, atribuindo essa
melhora às mudanças sociais e econômicas promovidas pelo Partido dos
Trabalhadores no Brasil. Nesse contexto, reprovou o desempenho dos Governos
Estadual e Municipal, contestando os resultados obtidos pelo Rio Grande do Sul
na área econômica e o modo como está sendo gerida a saúde pública em Porto
Alegre. O Vereador Raul Carrion exclamou que o debate das eleições deste ano
será importante para as decisões dos rumos do Brasil, asseverando que a discussão
política não pode, contudo, ser suplantada por contendas de caráter pessoal.
Ainda, apoiou iniciativa de Deputados Federais gaúchos de cobrar recursos para
a finalização do Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada, no
Bairro Lomba do Pinheiro, enfocando os benefícios dessa obra para o
desenvolvimento científico brasileiro. Após, nos termos do artigo 94, § 1º,
alínea “g”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao
Vereador Carlos Comassetto, que relatou sua participação, em Representação
Externa deste Legislativo, no 1º Acampamento Binacional do Fórum Social
Mundial, realizado no período de vinte e quatro a vinte e nove de janeiro do
corrente, nos Municípios de Santa Vitória do Palmar, no Estado do Rio Grande do
Sul, e Rocha, no Departamento de Rocha, Uruguai. Após, o Vereador Aldacir
Oliboni registrou ter sido informado que ainda não foram pagos os salários dos
funcionários da empresa responsável pelos serviços de limpeza desse
Legislativo, solicitando que essa situação fosse averiguada pela Mesa Diretora,
tendo o Senhor Presidente declarado que seriam tomadas as providências atinentes
ao assunto. A seguir, o Senhor Presidente declarou empossado na vereança o
Suplente Gerson Almeida, em substituição à Vereadora Margarete Moraes, em
Licença para Tratamento de Saúde, conforme Requerimento anteriormente
apregoado, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana. Na ocasião, foi apregoada Declaração
firmada pela Vereadora Sofia Cavedon, Líder da Bancada do PT, informando o
impedimento dos Suplentes Marcelo Danéris e Guilherme Barbosa em assumirem a
vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Margarete Moraes. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz avaliou pesquisa de opinião realizada pelo
Instituto Sensus, da Confederação Nacional dos Transportes, acerca dos
pré-candidatos às eleições presidenciais deste ano. Ainda, questionou a atuação
da Polícia Federal frente a denúncias de corrupção investigadas pelo Congresso
Nacional, envolvendo políticos e empresários brasileiros, alegando que não
foram indiciados dirigentes do Partido dos Trabalhadores envolvidos nesses fatos.
O Vereador José Ismael Heinen teceu considerações quanto ao quadro econômico apresentado
pelo País, analisando valores da dívida pública brasileira, em especial os
referentes ao sistema de Previdência Social. Ainda, criticou a atuação do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamando a atenção para o aumento das
despesas do Governo Federal verificado no ano de dois mil e cinco e propugnando
por maior responsabilidade dos agentes públicos no gasto de verbas estatais. A
Vereadora Maristela Maffei reportou-se ao pronunciamento de hoje do Vereador
Raul Carrion, em Comunicação de Líder, relativo à proposta de Emenda da Bancada
Gaúcha na Câmara Federal, que assegura recursos ao Centro de Excelência em Tecnologia
Eletrônica Avançada no Orçamento da
União de dois mil e seis. Também, registrou o transcurso, hoje, do aniversário
de sua filha e discorreu sobre o atendimento oferecido à população pelos
Conselhos Tutelares de Porto Alegre. O Vereador Ibsen Pinheiro abordou o Projeto de Lei do Legislativo nº 078/91, do Vereador
Nereu D’Avila, que autoriza o Executivo Municipal a cercar o Parque Farroupilha.
Nesse sentido, informou que a Bancada do PMDB solicitou seja priorizada a
votação do Projeto de Lei do Legislativo nº 188/05, de sua autoria, que convoca
consulta à população para o cercamento de logradouros públicos como largos e
parques com área superior a cinqüenta mil metros quadrados. Em continuidade, o
Vereador Mario Fraga informou ter contatado com o Governo Municipal em busca de
esclarecimentos referentes a atrasos verificados no pagamento de funcionários
que atuam na limpeza de escolas públicas do Município, sendo informado que os
pagamentos ainda não ocorreram por não terem sido apresentados os documentos
necessários pela empreiteira responsável por esses serviços. Também, a
Vereadora Sofia Cavedon manifestou-se, sugerindo o encaminhamento de Pedido de
Informação ao Governo Municipal, quanto às providências a serem tomadas a
respeito desse assunto. A
seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e
aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Dr. Goulart, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, conforme
deliberado pelo Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/05, por trinta votos
SIM, após ser discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Maurício Dziedricki,
José Ismael Heinen, Carlos Comassetto, Clênia Maranhão e Elói Guimarães, em
votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado os
Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Carlos
Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza,
Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz
Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo
Santos, Paulo Odone e Sofia Cavedon. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado
o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 017/05, com ressalva da Emenda
a ele aposta, após ser discutido pelos Vereadores Claudio Sebenelo, Adeli Sell
e Elói Guimarães. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar
do Legislativo nº 017/05. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o
Projeto de Lei do Legislativo nº 207/05, com ressalva da Emenda a ele aposta,
por vinte e oito votos SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Gerson Almeida, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela
Maffei, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo
Santos, Paulo Odone, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Foi aprovada a Emenda nº
01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 207/05, por vinte e sete votos
SIM, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr.
Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Ibsen
Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal,
Nereu D'Avila, Nilo Santos, Paulo Odone, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir
Caetano. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do
Executivo nº 012/05, por vinte e oito votos SIM, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Dr. Goulart, tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni,
Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson,
Gerson Almeida, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario
Fraga, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo
Santos, Paulo Odone, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. Foi aprovado o
Requerimento nº 209/05, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Claudio
Sebenelo, Sofia Cavedon, João Antonio Dib e Clênia Maranhão. Foi aprovado o
Requerimento nº 269/05, após ser encaminhado à votação pela Vereadora Sofia
Cavedon. Foi aprovado o Requerimento nº 270/05, por quinze votos SIM e três
votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Antonio Dib,
Adeli Sell, Nereu D’Avila, Claudio Sebenelo, Sofia Cavedon, Raul Carrion e José
Ismael Heinen, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Antonio Dib, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Carlos
Todeschini, Elói Guimarães, Ervino Besson, Gerson Almeida, Ibsen Pinheiro, José
Ismael Heinen, Luiz Braz, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Raul
Carrion e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Claudio Sebenelo, Haroldo de Souza
e João Antonio Dib e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores João
Antonio Dib e Haroldo de Souza. Foi aprovado o Requerimento nº 251/05. A
seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Dr. Goulart, solicitando
votação conjunta dos Requerimentos nos 001, 002, 003, 005 e 007/06.
Foram votados conjuntamente e aprovados os Requerimentos nos 001,
002, 003, 005 e 007/06. Foi aprovado o Requerimento nº 011/06, após ser encaminhado
à votação pelos Vereadores José Ismael Heinen, Adeli Sell, João Antonio Dib,
Claudio Sebenelo, Sebastião Melo, Elói Guimarães, Ervino Besson e Raul Carrion.
Às dezoito horas e trinta e
dois minutos, o Senhor Presidente informou que nada mais havia a tratar e
declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a
Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Dr. Goulart, Luiz Braz e Haroldo de Souza e secretariados pelo Vereador
Haroldo de Souza. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º Secretário, determinei fosse
lavrada a presente Ata, que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada
por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Margarete Moraes solicita Licença para
Tratamento de Saúde no dia de hoje; apresenta atestado.
O Ver. Alceu Brasinha
solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 15 e 16 de fevereiro,
também apresenta atestado.
Eu gostaria de chamar
os Líderes até a Mesa, para que apresentássemos uma sugestão para a Discussão
Geral e Votação. As Lideranças, em seguida, começarão a ser chamadas, uma vez
que não teremos Pauta ainda hoje, porque não foi distribuída assim.
Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras,
vamos aproveitar o ensejo para dar posse ao Ver. Nilo Santos, que não precisa
prestar juramento, uma vez que já o fez nesta Legislatura, informando que ele
comporá a Comissão Permanente de Urbanização, Transporte e Habitação.
Como
não chegamos ainda à conclusão sobre os próximos trabalhos, vamos suspender a
Sessão por três minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h24min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart – às 14h28min): Estão
reabertos os trabalhos. Estamos abrindo as inscrições para Comunicação de
Líder.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria saudar as senhoras e
senhores, os porto-alegrenses que acompanham o início dos trabalhos
legislativos de 2006, os funcionários desta Casa que nos acompanham, que
garantem o andamento dos nossos trabalhos, a imprensa que dá visibilidade às nossas
atuações. Queria dizer às senhoras e aos senhores, que a nossa expectativa, a
expectativa da Bancada do PPS, e também falo neste momento como Líder do
Governo, é que neste ano, nós, nesta Casa, possamos dar prosseguimento aos
trabalhos dentro do conceito que procuramos construir em 2005, que é o conceito
da pluralidade, do respeito às diferenças, da interlocução com o conjunto das
Bancadas, independentemente de elas formarem ou não a base de apoio do nosso
Governo.
Eu queria dizer às senhoras e aos senhores
Vereadores que o sucesso das nossas negociações, a aprovação de 53 Projetos, só
de Projetos do Executivo, é uma demonstração da capacidade de trabalho deste
Parlamento, da possibilidade de se construir uma política a partir dos
interesses da Cidade.
Evidentemente que neste ano nós teremos que
incorporar às nossas demandas, às nossas preocupações também as nossas
atividades, que são atividades pertinentes a um ano eleitoral. Porém, a
maturidade política, o compromisso político demonstrado pelo conjunto das
Bancadas desta Casa, nos apontam a possibilidade de compatibilizar o conjunto
das nossas responsabilidades, recompondo, a cada
dia, o espírito republicano deste País, o espírito democrático que se conforma,
se configura e se perpetua quando, evidentemente, a sociedade pode garantir a
sua representação parlamentar. Nós, as mulheres e os homens que compomos este
Parlamento, sabemos muito bem da imprescindibilidade da atuação dos
parlamentos, e sabemos também que os conceitos modernos da democracia nos apontam
a necessidade da permanência, da junção, da parceria entre os mecanismos da
democracia participativa com a nossa atuação, de parlamentares, representantes
da democracia representativa do nosso Município. Sabemos também que se
avizinham novos tempos, em que o poder local será muito mais responsabilizado
pelo conjunto de soluções que se impõe neste século, um século múltiplo,
exigente do ponto de vista dos caminhos políticos; e nós, portanto, temos que,
a cada dia, nos reciclar, nos aprimorar, nos modernizar no sentido de
cumprirmos essa missão delegada pela população, porque na verdade é isso que
nós somos nesta Casa: os delegados e as delegadas da vontade do povo, do povo
de Porto Alegre - uma Cidade exigente, uma Cidade participativa, uma Cidade democrática.
Desejo a todas e a
todos excelentes trabalhos; que juntos possamos construir os melhores projetos
para Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Verª Clênia Maranhão.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, inicia-se hoje a 2a Sessão Legislativa da XIX
Legislatura; encerrou-se ontem o recesso legislativo, e eu quero dizer
exatamente o recesso legislativo, porque a Câmara não pára, apenas nesse tempo
de recesso legislativo nós não fazemos leis; leis não são editadas, não são
votadas. No entanto, o funcionamento da Câmara é permanente, com sessões às
quartas e quintas-feiras. Mas agora a unanimidade dos Srs. Vereadores
faz com que seja apresentado um Projeto de Emenda à Lei Orgânica para que nós
não tenhamos o recesso de 90 dias e, sim de 50, recesso legislativo, eu
insisto.
Sr. Presidente, eu tenho
uma preocupação: olhei já o material hoje distribuído para a Ordem do Dia e não
está aqui aquele Projeto pelo qual eu venho lutando desde 1999 para que seja
votada a regularização dos imóveis. Eu já pedi à Diretoria Legislativa que o
localize, porque esse Projeto é muito interessante para que se possam ajustar
muitas coisas que estão equivocadas, erradas, sem grandes danos para a
Prefeitura e que trará para os cofres do Município mais receita de IPTU. É
preciso que se faça. Vejo que na Ordem do Dia de hoje há a regularização de
imóveis da Vila Farrapos.
Em 1984, quando eu era
Prefeito, foi feita uma Lei para regularizar a Vila Farrapos, e mais do que
fazer a Lei do Executivo, eu mandei colocar lá um escritório do Demhab para
auxiliar todos aqueles que precisassem de regularização. Então, quero que neste
ano nós votemos o Projeto de regularização.
Ao mesmo tempo eu quero
pedir urgência, pedir o interesse dos Vereadores em relação ao Projeto de
Emenda à Lei Orgânica que eu fiz para que os Projetos de Lei denominando
logradouros públicos sejam resolvidos na Comissão de Justiça e na Comissão de
Educação. Só virão a Plenário aqueles que forem solicitados pelos Vereadores.
Como normalmente, não se discute, a decisão se faz lá, transforma-se em lei,
nós teremos os nossos trabalhos muito mais acelerados e aproveitaremos melhor o
nosso tempo.
Sr. Presidente, eu quero
também neste momento dizer que hoje se inicia uma dura tarefa para V. Exª, mas
eu tenho certeza do seu entusiasmo, do seu esforço, da sua capacidade e tenho
absoluta certeza de que os Vereadores todos o auxiliarão nessa difícil tarefa,
porque é obrigação nossa auxiliá-lo para que isto possa andar da melhor maneira
possível para que nós possamos promover a Casa do Povo de Porto Alegre da forma
como ela deve ser promovida. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado,
Ver. Dib. É o que esta Presidência espera, com a ajuda de todos os Vereadores
para que, juntos, possamos construir uma boa administração neste ano para a
Casa do Povo, Ver. Dib.
O Ver. Nereu D’Avila está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Quero, primeiramente,
dizer que estou desarquivando o meu Projeto de cercamento do Parque da
Redenção, que tem exatamente 15 anos de tramitação nesta Casa - 15 anos -, Sras
e Srs. Vereadores, senhores telespectadores, e senhoras telespectadoras: 15 anos!
Ele foi apresentado no dia 25 abril de 1991, e completa 15 anos; e ao contrário
de uma piada de mau gosto que ouço no Plenário de que temos de aposentá-lo,
temos é que reavivá-lo! E está sendo reavivado, neste momento, com o seu
desarquivamento, porque tem razão o jornalista Paulo Sant’Ana, quando refere um
caos programado - coisa que não é nenhuma novidade para os porto-alegrenses -,
a respeito do caos reinante no Parque da Redenção. Por isso, nós preconizamos o
seu fechamento. Hoje o jornalista Paulo Sant’Ana argumenta em sua crônica, em
relação a uma resposta do Secretário Beto Moesch, com o título “Ridículos
Argumentos”. Eu não vou entrar aqui no mérito dos argumentos do Secretário,
mas, sim, no tema que interessa à cidade de Porto Alegre, que é a segurança
daquele Parque de quase 40 hectares.
Foi apresentada e aprovada aqui, no apagar das
luzes de 2004, uma alteração da Lei Complementar nº 12. Ali se instituiu que
cercamentos de parques e de grandes logradouros da cidade de Porto Alegre
somente poderiam ser feitos por meio de plebiscito. Então, poderiam alguns
Vereadores perguntar: “Mas, se já existe essa questão do plebiscito para
parques, por que V. Exª” - no caso eu - “está retomando o Projeto de cercamento
do Parque?”
Pois eu estou concomitantemente apresentando,
neste momento, a alteração da Lei Complementar nº 12 ao art. 20-A, retirando a
obrigatoriedade desse plebiscito. Primeiro, porque ele é uma forma muito
habilidosa de jogar para “as calendas gregas” qualquer possibilidade de
cercamento em Porto Alegre, porque já está em tramitação, e o Ver. Ibsen quer
que seja exercido esse plebiscito. Oxalá votemos esse Projeto e que pudesse
acontecer o plebiscito junto com as eleições de outubro próximo, o que eu não
acredito, porque vai depender do Tribunal Eleitoral. Nós não temos essa
cultura. A Califórnia, os Estados Unidos a têm, mas o Brasil não, nem o Rio
Grande tem a cultura de votar assuntos plebiscitários nas eleições. Até podemos
instituí-los - o Ver. Ibsen está no bom caminho -, agora, enquanto não existir
isso e se não sair o plebiscito nem por meio da Lei do Ver. Ibsen - que
naturalmente votaremos a favor -, é porque o plebiscito simplesmente é uma
forma habilidosa que o Ver. Professor Garcia teve para procrastinar, para
sempre, o não-cercamento de qualquer parque. Nós concordamos, absolutamente
concordamos com o Paulo Sant’Ana em relação à sua argumentação de hoje, quando,
ao final, diz (Lê.): “Diz mais o Secretário Beto Moesch. O cercamento de um
parque, especialmente a Redenção, é uma decisão polêmica e não deve e não pode
ser tomada apenas pelo Poder Público”. Disse o Paulo Sant’Ana: “Esta é outra
falácia com que estão nos engrupindo há decênios, fechar um parque é decisão
política exclusiva e privativa do Poder Público”. Eu assino embaixo duas vezes,
porque a responsabilidade é do Poder Público. Quando aconteceu com o Parque
Ibirapuera, em São Paulo, há 15 anos, os jornais Estado de São Paulo e A Folha
de S. Paulo mostravam, inclusive, que a população não estava concordando, mas o
Prefeito da época, não me lembro se era Jânio Quadros, acabou impondo o poder
discricionário que tem o poder público, a caneta do chefe do Poder Executivo
que foi eleito para essas responsabilidades. E hoje quem é que duvida que o
cercamento do Parque Ibirapuera foi a maior benfeitoria que aquele Prefeito
fez, porque lá era um valhacouto, como aqui, de drogas, de prostituição e de
depredações dos parques públicos.
Portanto, nós estamos, neste momento,
desarquivando o Projeto de 25 de abril de 1991, de minha autoria, que
completará em 25 de abril, agora, quinze anos, para o cercamento da Redenção.
E, ao mesmo tempo, modificando, retirando, o que retiramos há pouco tempo para
o parque Germânia, que é ou seria privado. Esta Câmara aprovou que o façamos
para o bem dos parques de toda a Cidade, por isso, evidentemente que necessário
se faz que, concomitantemente, retire-se esta questão do plebiscito e se volte
ao tema necessário e muito benéfico que será para a população de Porto Alegre
que é o cercamento do Parque da Redenção. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado
Vereador. O Sr. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Meu caro
amigo, Presidente da Casa, Ver. Dr. Goulart, Vereadores e Vereadoras. Estamos
reiniciando a 2ª Sessão Legislativa, da presente Legislatura, segundo ano da
presente Legislatura, e, evidentemente, ingressando num ano extremamente rico
do ponto de vista político, do ponto de vista eleitoral. Neste ano a Nação
escolherá os futuros dirigentes maiores do País: o Presidente da República,
Senadores, Deputados Federais, Deputados Estaduais, Governadores; então será um
ano, inquestionavelmente, de muita discussão, mas que exigirá das Casas
Legislativas a serenidade suficiente para o encaminhamento das questões que
dizem respeito ao interesse da população.
Portanto, é um momento de boas-vindas a esta
Casa que tem uma história, uma tradição construída ao longo do tempo, sempre
tendo à frente o interesse maior da nossa população. Produziremos aqui o bom
debate, aquele debate e o encaminhamento daquelas soluções que espera a nossa
população, e por certo a terá, dado o alto nível público, republicano, dos
integrantes da Casa.
Temos, reiteradamente, dito que a Casa, a Câmara
Municipal de Porto Alegre, ao longo da história, independente daqueles que
ocuparam o Paço Municipal, nunca faltou à Cidade. As realizações produzidas na
cidade de Porto Alegre, das mais importantes, tiveram o aval e o respaldo da
Câmara Municipal de Porto Alegre, dado o seu espírito público de uma Casa que
tem muito na epiderme a responsabilidade com os problemas da sua Cidade.
Várias questões nos trarão ao debate. Penso que
a imprensa faz um papel extraordinário, magnífico; agora, o Congresso Nacional,
as Assembléias Legislativas, as casas legislativas têm de pensar e não se
deixar serem tocadas, embora o papel democrático relevante da imprensa, porque
muitas vezes o que se vê são verdadeiras conduções se dando aos parlamentos, o
que não significa dizer que os parlamentos, as casas legislativas não venham
acumulando equívocos e erros; não é esta questão, mas as Câmaras Municipais, as
Assembléias Legislativas e o Congresso Nacional terão de ter a sua necessária
liberdade para poder expressar o pensamento da Nação e não podem ficar a
reboque deste ou daquele interesse, por mais importante que possa sê-lo.
Portanto, fica aqui, meu caro Presidente, Vereadores e Vereadoras a nossa
homenagem, a nossa satisfação, a nossa alegria em poder estar aqui para
compartilharmos a caminhada deste ano Legislativo que haverá de ser altamente
fecundo aos interesses da cidade de Porto Alegre.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado,
Ver. Elói. A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de
Líder.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Goulart, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
público que nos assiste, queria, em primeiro lugar, cumprimentar a todos e
dizer que com certeza paramos um pouco, mas retomamos, hoje, formalmente, o ano
Legislativo. Só a leitura das Proposições, no início desta Sessão, deu noção do
quanto os Vereadores atuaram no período de recesso. É importante demonstrar
para a sociedade que se atua muito além do momento da Sessão Plenária. Mas este
momento, de início de ano, traz para o Partido dos Trabalhadores, para as
forças progressistas do País, uma bela notícia, a notícia que vem, claro, da
leitura do momento, mas que é um indicador importante no País, numa pesquisa
que indica o favoritismo, com larga distância do segundo lugar, para o
Presidente Lula ser reconduzido ao segundo mandato no Brasil. E longe de “nos
deixar de salto alto”, isso nos deixa muito felizes, porque dizíamos que este
seria o ano da colheita, que o Brasil começaria a sentir a mudança que estava
em curso neste País, que o Brasil começaria a colher benefícios dessa mudança.
Já a pesquisa divulgada nos dizia que diminuiu a
desigualdade no Brasil, que a estabilidade da inflação, que os programas de
geração de renda, de redistribuição de renda, que o investimento na agricultura
familiar, que o Bolsa-Família, que o Fome Zero, que geram movimentos de
economia solidária, trariam, sim, diferença. Claro que está longe daquilo que
queremos, mas que fariam diferença para quem vive abaixo da linha da pobreza.
Os aumentos no salário mínimo, este último,
muito significativo, que, em períodos de inflação baixa, de estabilidade,
significa tanto na mesa dos trabalhadores deste País, é o nosso outro orgulho.
Os nossos índices de crescimento de empregos nos orgulham, e são resultado de
um investimento cotidiano do Governo Federal.
Nos orgulha a soberania que constrói este País
nas suas relações externas, na relação com o grupo de poder econômico, dos
grandes países que determinam a política econômica no mundo com a união, com a
força que Lula constituiu na relação com os países da América, não só com o
Mercosul, com todos os países do Hemisfério Sul, países explorados, países que
não têm voz, países que juntos começam a pautar o fim dos subsídios, o espaço
para seus produtos, o respeito às políticas para enfrentar a pobreza e a
desigualdade.
O investimento no saneamento básico, na produção
de energia, o orgulho de vermos a nossa Petrobras, pela primeira vez na
história, produzindo mais petróleo do que a nossa necessidade, e quase somos
auto-suficientes em petróleo. Mas não queremos só isso. Estamos investindo na
energia não-poluidora, investindo numa alternativa para o Brasil
auto-sustentável.
É disso, e é sobre isso que os brasileiros
apontam que vale a pena apostar num novo projeto, num novo mandato para o
Governo Lula, o que nós queremos com alianças que dêem mais nitidez de
programa, que aprofundem programas como o da Habitação Popular, porque este
Brasil não o tinha. Foi anunciado agora há pouco, como culminância de uma série
de políticas, 18 bilhões de investimentos na habitação popular.
Já aqui no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre,
não se pode dizer isso. Com o Governo Rigotto, o Estado consegue crescer apenas
0,8%! Continua-se a política de abrir mão de recursos em benefício de meia
dúzia de grandes empresas. O nosso Estado é o único que cresce para baixo, que
tem a sua economia pauperizada, bem diferente da outra gestão, a gestão do
Governo Olívio, em que o crescimento do PIB foi de 12% comparado com 0,8%.
Aqui em Porto Alegre, o ano de 2005 também não
foi um ano de comemoração. O primeiro ano do Governo Fogaça foi um ano em que
muita coisa mudou para pior. O “Partido da Mudança”, que dizia que mudaria o
que não estava bom, conseguiu perder recursos federais na área da Saúde, por
exemplo, como recursos que já tinham sido depositados para a Farmácia Popular,
Ver. Dib; como recursos para os quais foram feitas emendas ao Orçamento da
União, mais 300 mil para o Fundo da Criança e do Adolescente. O Governo Fogaça
não encaminhou projeto para receber esses recursos.
Aqui, na cidade de Porto Alegre, na obra do
Viaduto Teresópolis os trabalhadores estão em greve, porque a dívida é de mais
de um milhão. E a Prefeitura, a custo de má-gestão, de não-investimento,
anuncia um superávit.
Então, infelizmente, muito teremos de fazer,
como Bancada de oposição, porque não foi um bom ano. Em 2006 seremos mais
vigilantes, mais críticos e chamaremos a população para recuperar o seu
protagonismo na política pública desta Cidade, porque também o Orçamento
Participativo, promessa de campanha, está sendo esvaziado.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Dr.
Goulart, Presidente desta Casa em sua primeira reunião no início dos trabalhos,
terminado o recesso, demais Vereadores, Vereadoras, todos os que acompanham
este primeiro dia de trabalho pós-recesso, aqui na Câmara, ou em suas casas, em
meu nome e em nome da Verª Manuela d’Ávila, nós queríamos, em primeiro lugar,
deixar o nosso abraço, a nossa saudação; desejamos que este seja um ano de
trabalho efetivo, eficiente, certamente de grandes debates e, como já foi dito
anteriormente, será um ano em que se renovarão os Executivos nacional e
estadual, o nosso Senado, a nossa Câmara Federal, a nossa Assembléia
Legislativa, e certamente acontecerão importantes debates sobre os rumos do
nosso País, do nosso Estado e a respeito de um efetivo projeto de desenvolvimento
nacional, projeto de desenvolvimento para o Rio Grande do Sul, e assim por
diante. Esperamos que esse debate seja um debate polêmico, acirrado, mas, ao
mesmo tempo, de alto nível, de caráter político, sem retaliações pessoais, sem
agressões pessoais de qualquer tipo. Isso é o que desejamos: a Verª Manuela
d’Ávila e eu.
Em segundo lugar, eu queria tratar, na tarde de
hoje, de uma importante questão - e diversos Vereadores já se integraram a
respeito desse tema -, que é a recuperação da Emenda coletiva da Bancada
Federal do Rio Grande do Sul para a conclusão das obras do Ceitec, Centro de
Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada, projeto que iniciou no ano de
2000 e que já tem, Ver. João Antonio Dib, mais de 31 milhões aplicados, cujo
terreno, lá na Lomba do Pinheiro, Parada 3, foi fornecido pela Prefeitura
Municipal. O Governo do Estado assumiu a relocalização da Escola Estadual
Onofre Pires, e o Governo Federal fez uma licitação, através do Ministério de
Ciências e Tecnologia - saúdo o Ver. Newton, que é dessa área de computação e
sabe da importância do Ceitec -, e, como são 148 milhões que foram licitados
para a conclusão da obra, e 31 já foram aplicados, faltam 117 milhões para
concluí-la. Esse Centro de Excelência, Ver. Bernardino, já deveria estar
funcionando ao final deste ano; infelizmente existem atrasos, e a Emenda da
Bancada Federal, de todos os Partidos, no sentido de 120 milhões, no relatório
setorial, foi reduzida, Verª Neuza, para apenas 5 milhões, o que não permitirá
a conclusão das obras. E esse tipo de Centro Tecnológico tem o risco da
obsolescência, além de os equipamentos já estarem, há anos, nos depósitos do
Banrisul - havendo o pagamento de 50 mil ao mês -, com risco de, além da
obsolescência, a contaminação, porque são equipamentos que trabalham com altos
níveis de pureza. Tanto que o Projeto prevê uma sala de 800 metros quadrados,
classe 100, e uma sala de 500 metros quadrados, classe 10 mil. Classe 100
significa, se não me engano, 100 partículas por metro cúbico - é uma pureza
absoluta. E os equipamentos, se contaminados, não há maneira de, depois,
utilizá-los.
Nós estivemos no Ministério da Ciência e
Tecnologia. Ontem também estivemos na Secretaria de Ciência e Tecnologia,
fizemos contato com o Prof. Sérgio Bampi, que é hoje o responsável, no Estado,
pela parte técnica, e todos estão preocupadíssimos com a recuperação dessa
Emenda. Ontem, estivemos também em contato com as Bancadas do PTB, do PDT, do
PMDB - o Ver. Sebastião Melo fez negociações conosco -, do P-SOL, e hoje tomamos
assinaturas dos Vereadores presentes; 10 Partidos já assinaram, 28 Vereadores e
Vereadoras, todos os presentes, sem exceção, porque isso não é uma questão
partidária, trata-se do único Centro Tecnológico desse tipo, Ver. Dib, na
América Latina, o único no Brasil. Podemos fazer, Ver. Dr. Goulart, do Rio
Grande do Sul um pólo de microeletrônica, um pólo de informática, um verdadeiro
Vale do Silício, como na Califórnia, nos Estados Unidos, e isso é fundamental
para um projeto de desenvolvimento nacional.
Por isso, queremos trazer à população a questão.
Agradecemos a todos os Vereadores que colaboraram conscientemente para isso, e
estamos enviando este material para a Bancada gaúcha, para o Ministério de
Ciência e Tecnologia - queria registrar que o nosso Presidente também assinou
-, e fazendo todos os movimentos para que até o final deste ano o Ceitec seja
uma realidade e o Brasil ingresse na modernidade, porque hoje a Malásia,
Taiwan, Tailândia, Coréia, China, Japão, Estados Unidos e Europa produzem chips,
e o Brasil, que tem um déficit de 3 bilhões de dólares ao ano, é incapaz ainda
de produzi-los. O Ceitec será a redenção e a retomada deste projeto de
desenvolvimento. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Vereador. Neste momento o Regimento
permite, através do art. 94, § 1º, alínea g, que o Vereador Comassetto
apresente seu relatório do 1º Encontro Binacional do Chuí. O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra em Tempo Especial.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart, quero cumprimentá-lo pelo início dos trabalhos
legislativos e desejar-lhe um excelente trabalho, assim como a todos os colegas
e colegas Vereadores. Venho a esta tribuna fazer um relato da representação que
fiz desta Casa, ou seja, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, no 1º
Acampamento Binacional do Fórum Social Mundial, que aconteceu entre os dias 24
e 29 de janeiro na cidade de Santa Vitória do Palmar, e no Departamento de
Rocha, ou seja, na Barra do Chuí, nos dois lados, na República Uruguaia e na
República Brasileira, que teve a participação de aproximadamente 5 mil pessoas
de diversas nacionalidades, com uma programação intensa de debate sobre os
problemas que dizem respeito à binacionalidade uruguaia e brasileira, bem como
os problemas latino-americanos. Lá se discorreu sobre um conjunto de temas e
debates que trouxeram, entre outras, a relação do poder, democracia e estado, a
juventude e os processos de transformação, e o Fórum Social Mundial, que
acontecia ao mesmo tempo em Caracas. Estivemos no Acampamento Binacional
fazendo a representação oficial, Dr. Goulart, desta Casa, representando a nossa
Presidência e o Legislativo de Porto Alegre, que foi a Cidade pioneira que
marcou, que construiu, que elaborou, junto com todos os movimentos sociais, em
nível mundial, o Fórum Social Mundial, e por meio dele ela foi projetada
mundialmente.
Hoje, por exemplo, está acontecendo em Porto
Alegre o Conselho Mundial de Igrejas, devido a toda uma referência que Porto
Alegre tem constituído nacionalmente e internacionalmente. Naquele momento,
surgiu lá o debate: deveria, ou não, Porto Alegre receber e disputar novamente
o Fórum Social Mundial? Lá estiveram, em Caracas, representantes do Governo
Municipal, levando a reivindicação de Porto Alegre ser novamente sede do Fórum
Social Mundial, o que apoiamos totalmente. Porém, Sr. Presidente e Verª Clênia
Maranhão, existe uma contradição ainda dentro do Governo Municipal sobre a
possibilidade de Porto Alegre sediar o Fórum Social Mundial. Enquanto o
Secretário Busatto fazia essa gestão, nós recebíamos aqui, do Secretário Beto
Moesch, críticas à coordenação do Fórum Social Mundial, cobrando impactos sobre
o Parque da Harmonia ainda do 5º Fórum Social Mundial, aqui relacionado. Isso
não é uma posição de Governo coerente. Se uma parte do Governo critica e cobra,
do ponto de vista de impactos que não existiram, impactos que são incoerentes,
está ali o Parque da Harmonia, na sua plenitude ambiental, na sua plenitude de
funcionamento, com um trabalho que favorece e qualifica a cidade de Porto
Alegre.
Portanto, registramos isso naquele momento,
quando fomos entrevistados por algumas rádios. Defendemos, sim, o pleito de
Porto Alegre ser novamente sede, que dispute esse contexto, mas temos de resolver
essa contradição que existe dentro do Executivo Municipal.
Então, Sr. Presidente, é este o relato do 1º
Acampamento Binacional do Fórum Social Mundial, em que estiveram autoridades,
representando o nosso Congresso Nacional, a Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul e esta Câmara Municipal, onde também estavam os Senadores da
República Oriental do Uruguai, Deputados e o Presidente do Departamento de
Rocha, Sr. Artigas Barrios. Fizemos lá a representação desta Casa no sentido de
estar presente nos eventos que dizem respeito a
Porto Alegre, porque Porto Alegre sempre será referência quando falarmos em
Fórum Social Mundial. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. ALDACIR
OLIBONI: Sr. Presidente, nós retornamos do período de
recesso e percebemos, realmente, que a nossa Casa está limpa. Mudou a
cooperativa, a Coopersul, mas também percebemos que os funcionários não
receberam ainda os seus salários. Gostaria que V. Exª verificasse isso, porque
os servidores dessa Cooperativa, hoje, dia 15, ainda não receberam os seus
salários. Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Vereador, faremos as diligências.
Srs. Vereadores, em
decorrência da licença da Verª Margarete Moraes, a Mesa declara empossado o
Suplente, Ver. Gerson Almeida, nos termos regimentais.
O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente Ver. Dr. Goulart, quero aproveitar a oportunidade para
cumprimentar V. Exª, porque neste início de administração da Casa, neste ano em
que V. Exª está à frente da Mesa Diretora, V. Exª tem demonstrado uma grande
eficácia com relação às medidas que estão sendo tomadas e às direções que estão
sendo dadas para que esta Casa realmente possa ser aquela que vai sempre estar
à frente de todas as ações para o desenvolvimento de nossa Cidade. Então, quero
cumprimentá-lo.
Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, eu ouço falar que o Sr. Lula da Silva está à
frente nas pesquisas para a Presidência da República. Mas não deveria estar à
frente se é o único candidato que está, na verdade, em campanha. Está usando,
vergonhosamente, a máquina governamental para fazer campanha eleitoral. E
diante de toda a Nação o Sr. Lula da Silva apenas tem utilizado a imprensa, que
está sendo muito bem paga, com toneladas de dinheiro que estão sendo despejadas
nos meios de comunicação para falar sobre a sua agenda positiva. O Sr. Lula da
Silva diz quantos empregos foram criados, só que ele não revela quantos
empregos foram fechados. Como ele só diz dos empregos que foram abertos, então
parece que o Brasil está em franco desenvolvimento, mas, na verdade, se nós
fizéssemos um balanço entre os empregos criados e os empregos fechados, nós
íamos notar, Ver. João Antonio Dib, realmente, uma situação de lamúria, uma
situação lamentável para todo o povo brasileiro.
Mas como se isso não
bastasse, eu acredito que o Sr. Lula da Silva, a essa altura dos
acontecimentos, tinha de prestar contas à sociedade brasileira com relação, por
exemplo, à Polícia Federal. A Polícia Federal, useira e vezeira em fazer
devassa nas instituições sob suspeita, não foi até à sede do PT, pois todo
mundo sabe que as denúncias foram comprovadas, lá entrou dinheiro público, o
qual foi para o Exterior, para o “valerioduto” e financiou a campanha do PT, de
Vereadores, de Deputados, de Senadores, de Governadores e a própria campanha do
Sr. Lula da Silva, que disse: “Ah, eu não sabia de nada”, só que o dinheiro
saiu exatamente desse “valerioduto”. Mas a Polícia Federal não foi até lá,
assim como foi na Daslu e em outras instituições para fazer devassa! Então,
isso é vergonhoso! Por que será que nenhum daqueles dirigentes do PT que
notoriamente foram responsáveis por desvio de dinheiro público, que
enriqueceram com o dinheiro público ou que compraram os seus mandatos com
dinheiro público, até agora foram indiciados em nenhuma ação? Ou será porque o
Supremo Tribunal Federal não é mais aquele Supremo do qual todos nós tínhamos
orgulho no passado, pois é um Supremo que está a serviço de um Partido
político, está dando habeas corpus “a varrer” a todos que têm de depor nas CPIs instaladas em
Brasília para que não precisem dizer nada ou até para mentirem? Então, para que
eles vão, se na verdade, eles não serão responsabilizados por nada, se podem
até mentir? Então, para que ouvir essas pessoas? Para que gastar tempo,
inclusive, tempo de televisão, tempo de pessoas, tempo do Plenário, de Deputados,
para ouvir pessoas que não precisam falar a verdade? Eu acho que este País em
que nós estamos vivendo, Verª Neuza Canabarro, infelizmente é bem pior do que
aquilo que a gente tinha como referência da “república das bananas”, onde tudo
podia acontecer. Nós estamos vivendo numa ditadura descarada, numa ditadura
escancarada; nós estamos vivendo - infelizmente para todos nós - num dos piores
momentos que esta República já conheceu!
Hoje, o Presidente da República, através de
milhões gastos nos meios de comunicação, pode dizer da sua agenda positiva. E é
claro que, como ele divulga essa tal de agenda positiva, ele pode, tranqüilamente,
aparecer com altos índices de aprovação nas pesquisas que são realizadas. Mas
eu pergunto ao Sr. Presidente: até que ponto eu posso confiar nesses
institutos, se eu estou sabendo que muito e muito dinheiro público está sendo
gasto para comprar tantos setores a fim de poderem opinar favoravelmente ao
Governo?
Então, infelizmente, eu só tenho a lamentar este
momento vivido pela nossa República. Eu só quero acreditar que o povo já tenha
consciência formada de maneira a punir, em breve, através do voto, este
Presidente da República, que comandou toda essa farsa fazendo com que essas
pessoas pudessem se instalar em cargos de mando em todo o Brasil, em nome do
PT, Partido que tanto decepciona a população brasileira.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente, Dr. Goulart; nobres Vereadoras, nobres Vereadores, colegas
desta Casa, senhores e senhoras presentes neste recinto, telespectadores da
TVCâmara, os nossos cumprimentos. Diversos assuntos de importância trago dentro
de mim com muita preocupação; dois principalmente no dia de hoje que gostaria
de falar, mas vou ter que me ater a só um. Um deles seria sobre as medidas
provisórias - pois parece que está chegando o momento em que elas ainda não
serão acabadas - que são um meio tirânico de administrar o País, mas ao menos o
Senado está regulamentando e tornando isso um pouquinho democrático.
Uma das últimas notícias que me deixou atônito
foi o gasto de S. Exª com o barzinho do famoso airbus: 300 mil de reais. Há um
Pedido de Esclarecimentos feito pelo Senado, ao Presidente Lula, referente aos
300 mil reais para reformar o antigo avião novo, recém-comprado, Ver. João
Antonio Dib.
Ainda segundo dados
da coluna Panorama Político, do jornal Correio do Povo, de 9 de fevereiro deste
ano, constatei uma outra informação bombástica, catastrófica a meu modo de ver,
que mostra uma cruel realidade: enquanto o PIB brasileiro subiu apenas 2,5%, as
despesas do Governo Federal, excluídos investimentos, subiram 77% acima da
inflação! Setenta e sete por cento acima da inflação! Que Governo é esse que
destina no Orçamento Federal apenas 8% para a Saúde pública e gasta essa farra
toda, quando não temos dinheiro em Município nenhum para atender à estrutura
básica da política da Saúde? E gasta apenas 2% em Educação, princípio básico da
democracia, dos direitos iguais aos cidadãos, independentemente de origem, raça
ou cor. Repassa apenas 17% para os Municípios de tudo o que ele arrecada - e
parece que é só ele que arrecada - negando-se a cumprir uma promessa da PEC, de
reforma tributária, na qual repassaria mais 1% para os Municípios. E seria um
repasse justo, porque os Municípios são os que detêm o embate frente a frente
com o povo sofrido desta Nação.
Vejam os senhores: eu
perguntaria a S. Exª, o Presidente Lula, aos seus representantes, o que ele faz
com o dinheiro que ele arrecada do Seguro Obrigatório? Em 1997 foram
arrecadados 700 milhões; para 2006, o programa prevê 3 bilhões; destes apenas
35% são usados para indenização de vítimas de acidentes. Um bilhão e meio para
o Governo Federal, para os cofres comuns.
Mas agora vem o pior:
60 milhões para seguradoras privadas, para recolher o imposto. Mas, pasmem: 40
milhões para cursos, para financiar cursos de treinamento de corretores de
seguro, que jamais venderão - o seguro é obrigatório -, mas o Governo gasta 40
milhões para treinar fantasmas.
Como homem público,
meus nobres Pares, espero que seja este recomeço um recomeço de firmeza, de
valorização dos Parlamentos do Brasil. Vejo-me na obrigação de não somente
propor projetos que atendam aos seus anseios, mas também de fazer denúncias e
críticas às políticas que atrasam o nosso País, no intuito de despertar a
consciência do nosso povo incentivando-o para uma maior participação política,
atitude básica para o desenvolvimento da plena cidadania. Convoco a todos os
cidadãos a serem vanguardas diante da verdade, da ética e da moral.
Sr. Presidente,
nobres Vereadores, que Deus abençoe a todos aqueles que ainda, como eu,
acreditam e têm esperança neste Brasil. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA
MAFFEI: Exmo Sr. Presidente, mais uma vez
cumprimento V. Exª pelo trabalho que vem desenvolvendo junto à Mesa e
Lideranças. Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, neste primeiro dia de
Sessão - nesta Casa trabalhamos o ano inteiro e, com certeza, Ver. Dib, nos
diferenciando de tantas problemáticas, quando a imprensa está divulgando
aspectos negativos do Poder Público, em especial dos políticos -, nós temos o
orgulho de dizer que queremos continuar sendo - o que não é mais do que uma
obrigação - um espelho, irradiando para todo o nosso Estado, para que a gente
realmente tenha uma postura, para que aqueles que confiam em nós possam
continuar a acompanhar e ter o orgulho, Ver. Todeschini, do voto que passaram
para nós. E para que nós possamos também honrar esse crédito tão importante
na vida pública.
Quero me somar aqui ao
tema do Ver. Carrion. No ano passado nós tivemos aqui o Secretário de Ciência e
Tecnologia do Estado do Rio Grande do Sul, Kalil Sehbe, que está à frente, aqui
no Estado, juntamente com o Deputado Beto Albuquerque, nosso Deputado Federal
do PSB, bem como com toda a Bancada gaúcha, na questão do Ceitec. Aprovamos um
Requerimento, Ver. Raul Carrion, o Requerimento nº 243/05 e com muita honra,
agora, vamos reforçar com um novo Requerimento, e isso só vem a referendar. Na
prática, a instalação, agora, na Zona Norte, da primeira indústria de celulares
já é o resultado da presença do Ceitec, e, com muita honra, lá na Lomba do
Pinheiro, até pela questão do solo e porque ali não há o problema do tráfego
aéreo. Por isso foi escolhida aquela área. Em conseqüência disso, nós, junto
com a Prefeitura, antes, quando o Governador era o Olívio Dutra, o Presidente
era Fernando Henrique Cardoso e aqui nós tínhamos a Prefeitura da Frente
Popular, nós fizemos todo um trabalho junto com aquela comunidade que ali tem a
Escola Onofre Pires instalada, e conquistamos com a nossa organização um novo
espaço para a Escola Onofre Pires, que vai passar a ser uma escola de 2º grau.
E agora, com a obra em pleno andamento, não podemos esperar, de forma alguma,
diferente do que quer a Bancada Federal, que não seja aprovada essa Emenda, até
porque a Sala Limpa, bem como colocou aqui o Ver. Raul Carrion, é uma sala que
não pode parar quando estão trabalhando. Até por seu aspecto das questões moleculares.
Enfim, é mais limpa do que uma sala cirúrgica. Isso vai trazer o sexto Centro
de Ciência e Tecnologia do mundo, e pela primeira vez não vamos ficar
dependendo de outra tecnologia de fora, e nós poderemos ter mais autonomia.
Eu quero também fazer uma referência um pouco
particularizada: hoje a minha filha, Ver. Dib, está fazendo dez anos. Ela está
aqui, e quem a conhece sabe que desde pequena, desde quando eu a amamentava,
ela sempre esteve presente. (Palmas.) Então, é um pouco coisa de mãe, mas,
também como coisa de mãe, eu quero dizer que, quando a gente vê tantos filhos
sendo assassinados, mortos muitas vezes pelos pais, como foi o caso daquela
criança na Lomba do Pinheiro, quando nós vemos nossos filhos serem mortos por
balas perdidas, a insegurança que nós vivemos aqui no nosso Estado do Rio
Grande do Sul...
Nós sempre dizíamos, quando estávamos no Governo
do Estado: a política de Segurança não pode ter uma disputa ideológica e,
infelizmente, na época, quando nós quisemos fazer um trabalho sério, a Frente
Popular foi criminalizada. Hoje nós vemos um problema mais sério, vemos essas
questões colocadas na imprensa como questões jornalísticas, quando, na verdade,
na prática, são os nossos filhos que tombam e morrem sem esperanças. E, para
finalizar, gostaria de dizer que é, sim...
Ontem nós estivemos na Micro 4, junto com a
frente parlamentar, com a Verª Mônica e a Verª Manuela d’Ávila, e ficou
demonstrada claramente a falta de estrutura dos Conselhos Tutelares e a falta
de responsabilidade de alguns setores que criminalizam os Conselhos Tutelares,
criminalizam o ECA, enquanto não fazem nenhum esforço, com o conjunto da
sociedade, para nós equacionarmos o problema da insegurança que nós vivemos no
Estado do Rio Grande do Sul.
Com isso, Sr. Presidente, nesta primeira Sessão
Ordinária, quero desejar, mais uma vez, sorte e luta para todos nós. Este é um
ano ímpar, mas esta Casa, como sempre, nas suas peculiaridades, trabalha e não
tem medo; aliás quem tem muito medo, parece-me, são alguns Vereadores da
oposição, hoje, que são ligados ao Fernando Henrique Cardoso, porque o Lula se
arranja de novo nas pesquisas e eles ficam enlouquecidos, mas nós sabemos que
isso é medo, e medo nós não temos. Vamos lá, gente, porque, se Deus quiser, o
Brasil só tem a ganhar com o Lula Presidente. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, há um tema na nossa Cidade que
está na Ordem do Dia há cerca de 40 anos, embora alguns refluxos e algumas
pausas, mas especialmente nestes dias volta com grande intensidade, que é a
discussão sobre o cercamento dos parques.
Escutei com toda a atenção o pronunciamento que
aqui fez, hoje, o Ver. Nereu D’Avila, como tenho acompanhado sua constante
preocupação com a matéria, e como também tenho testemunhado, do Ver. Garcia,
uma preocupação permanente. De todos os representantes populares desta Casa
colho invariável preocupação com esta matéria.
Correspondendo a este interesse, Sr. Presidente,
sou autor de um Projeto de Lei que está pronto para a deliberação que estabelece uma regra que pode superar esse tema que divide nossa
Cidade há tanto tempo, que é a proposta de uma consulta plebiscitária neste ano
de 2006, de preferência junto com a eleição geral de outubro, para que a
população decida sobre se quer ou não o cercamento dos parques. Atrevo-me a
propor uma linha divisória dos parques que sejam de cinco hectares ou mais, 50
mil metros quadrados, ou mais, para que se evite o inconveniente do cercamento
de pequenas praças, de um quarteirão ou menos do que isso.
Hoje, Sr. Presidente,
a Liderança do PMDB, por meio do Ver. Bernardino Vendruscolo, encaminhou à Mesa
Diretora e às demais Lideranças da Casa um apelo para que essa matéria conste
entre as deliberações preferenciais nesse início de temporada, ao menos por
duas razões: a primeira, porque significa o cumprimento de um acordo do mês de
dezembro e cada Vereador poderia indicar uma matéria da sua autoria para
deliberação. Como àquela ocasião eu desisti do uso dessa prerrogativa, porque
não queria a discussão dessa matéria naquele mês, geralmente tumultuado, de
dezembro e também, Sr. Presidente, por uma questão de tempo para a decisão e a
sua implementação, minha proposta prevê que o plebiscito se faça junto com a
eleição geral de outubro. Isso implica uma necessária negociação desta Casa com
a Justiça Eleitoral, para que possamos ter o plebiscito a custo zero para o
Município de Porto Alegre e também um ato de conteúdo institucional que, sem
dúvida, aproveitará também a Justiça Eleitoral, na medida em que significa a
sua aproximação dos temas que tão de perto batem com o dia-a-dia do cidadão.
A Liderança do PMDB e
eu tivemos oportunidade de hoje contatar todas as Lideranças desta Casa. Embora
não tenhamos pedido votos de “sim” ou “não” para o plebiscito ou para o
cercamento, obtivemos a concordância absolutamente geral para a preferência
desta matéria.
Então, esse tema que
está na coluna prestigiadíssima do Vereador Paulo Sant’Ana, que está na
preocupação do Secretário Beto Moesch, que está na preocupação do comentarista
Vanderlei Soares, que está nas páginas de jornais, porque antes disso está no
sentimento do porto-alegrense, será matéria, dentro de muito poucos dias, de
uma discussão que nesta Casa, sem dúvida, vai envolver os 36 Vereadores.
Esta posição da
Bancada do PMDB, com respaldo de toda a Casa, sem dúvida, propiciará um momento
alto deste Plenário de aproximação com os temas que mexem com o sentimento, com
o interesse e com a preocupação dos porto-alegrenses. Muito obrigado, Sr.
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Ver. Ibsen Pinheiro.
O SR. MARIO FRAGA: Presidente, a Verª Sofia denunciou da tribuna a paralisação da obra em
virtude do não-pagamento da Prefeitura. Eu fui atrás da informação e soube que
a empreiteira não apresentou os documentos necessários, por isso não recebeu.
Muito obrigado e desculpe, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Agradecemos pela informação.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, apenas para fazer um registro: os
funcionários terceirizados que fazem o serviço de limpeza das escolas, da
Empresa Meta, também, durante meio ano, no ano passado, foram recebendo em
atraso; no mês de fevereiro, receberam lá pelo dia vinte e poucos, Ver. Mario
Fraga. E a justificativa para isso é: documentos não apresentados pela empresa.
Eu quero fazer um
registro aqui no sentido de que nós façamos um Pedido de Informações das
Bancadas sobre quais medidas o Governo está tomando, porque as escolas estão
com prejuízo, os funcionários não estão recebendo. Então, é complicado. Uma
mera justificativa não resolve um problema tão sério.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Obrigado, Vereadora.
O SR. MARIO FRAGA: Só para dizer exatamente isso, o que acontecia nos outros governos: para
se receber na Secretaria da Fazenda, tem-se que apresentar os documentos
necessários, Presidente.
Havendo quórum, passamos à
Em votação a ordem dos
trabalhos para o período da Ordem do Dia proposta, modificada e apresentada por
acordo das Lideranças: Em primeiro lugar, o PLCE nº 003/05, logo após o PLCL nº
017/05, PLL nº 207/05, PLE nº 012/05, Requerimentos nºs 209/05,
269/05, 270/05, 251/05, 001/06, 002/06, 003/06, 005/06, 007/06 e 011/06.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 4807/05 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 03/05, que reabre o prazo para a regularização
das construções clandestinas da Vila Farrapos, fixado no artigo 2º da Lei
Complementar n. 469, de 10 de novembro de 2003.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Paulo Odone: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Elias Vidal: pela
aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. Ervino Besson: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 14-12-05.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Em discussão o
PLCE nº 003/05. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCE
nº 003/05.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente,
Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, já no meu primeiro pronunciamento
no dia de hoje eu falei que havia a necessidade de regularização de imóveis na
Cidade de Porto Alegre. Já anteriormente eu havia dito que, quando Secretário
de Obras, eu me senti contrariado sabendo que a Câmara tinha feito um projeto
desse tipo, mas quando eu vi o que acontecia na realidade com o Projeto de Lei
da Câmara, quando se extinguiu o prazo, eu pedi que ele fosse prorrogado.
No caso da Vila Farrapos, em 1984, como
Prefeito, eu resolvi que a Vila Farrapos deveria ser regularizada, uma vez que
ela foi feita sem a aprovação da Prefeitura. E para que se pudesse fazer
regularização - porque não é fácil, os imóveis eram todos diferentes do início
da Vila Farrapos - eu fiz com que o DMAE colocasse lá um escritório com
arquiteto, com desenhista, para que pudesse legalizar todos os imóveis. O
Prefeito Alceu Collares fez a mesma coisa. O Governador Pedro Simon também quis
fazer a mesma coisa, e eu, naquele dia, até compareci, porque disse que era uma
coisa da Prefeitura e não do Governo do Estado.
Já houve a Lei nº 469/2003, regularizando; mais
uma nova lei agora, mais um novo prazo dando possibilidade de regularizar
aquela Vila. Eu penso que esse deva ser definitivo; não acontecerá; será outro.
Mas o que eu não posso entender é que ao longo
do tempo, desde o ano de 2000, isso vem sendo colocado na Ordem do Dia. Já há
pareceres, foi colocado na Ordem do Dia no final da Sessão Legislativa do ano
passado, e como o Executivo informou que havia dois Decretos que resolveriam o
problema, eu pedi, então, que fosse retirado da Ordem do Dia. E agora, neste
momento, Sr. Presidente, eu estou pedindo que volte à Ordem do Dia o processo
de regularização de imóveis, porque é importante para a Cidade, é importante
para a Prefeitura, é importante para os munícipes. E nós vamos ter condições de
realização do sonho de muita gente de ter o habite-se da sua casa, do seu
prédio, do seu apartamento - o que hoje não está acontecendo com milhares de
pessoas, culpa, muitas vezes, da própria Prefeitura, que levou dois anos, três
anos, para aprovar um projeto, que quando aprovou, já estava executado com
algumas diferenças.
Portanto, Sr. Presidente, eu acho que deve ser
aprovado o Projeto do Executivo que vai prorrogar o prazo de regularização da
Vila Farrapos, mas eu acho que a Câmara precisa apreciar o Projeto deste
Vereador com Substitutivo, de minha autoria também, para que possam ser
regularizados todos os imóveis da cidade de Porto Alegre. Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver.
Maurício Dziedricki está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/05.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Goulart, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que nos
acompanha nesta Casa, o Projeto que está em discussão, que trata da
regularização de mais de 250 unidades residenciais da Vila Farrapos não depende
somente dos esforços da Secretaria de Obras e Viação. Há pouco falava com o
Secretário Cássia, pois este trata-se de um Projeto que amplia as ações da
Prefeitura, isso porque nesses núcleos habitacionais, em que se prima pela
irregularidade, pela questão da falta de estabelecimento de regras claras,
acabam acontecendo essas grandes catástrofes, haja vista o último incêndio da
Vila Farrapos. Ver. Dib, isso aconteceu porque lá não havia uma maior
fiscalização dos órgãos competentes da Prefeitura Municipal. O Projeto do
Executivo amplia para mais um ano o prazo de regulamentação dessas habitações,
uma ação conjunta que vai ter o apoio do DEMHAB, com o seu Diretor-Presidente
Tessaro; haverá também o cuidado da SMOV e de sua equipe técnica, com o
Secretário Cassiá. E terá esse cuidado, porque foi levantada a situação de
precariedade e vulnerabilidade social daquelas pessoas que lá residem pela
Defesa Civil Municipal. Ver. Dib, acho, sim, que tem de ser discutido o seu Projeto
para a amplitude da nossa Cidade, mas este, em especial, pois trata-se de uma
questão pontual urgente a fim de evitarmos novos desastres. A Vila Farrapos
passa por um Projeto de recuperação urbanística neste momento, onde está sendo
levantada a questão da habitação legal dos Projetos do DEMHAB; a ampliação
daquilo que diz respeito às construções, às ampliações feitas pelos moradores
nas suas residências, à construção de estabelecimentos comerciais. Há lá o
comércio de gás, que também nos leva a ter uma preocupação maior pela iminência
dos riscos de incêndio.
O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Maurício Dziedricki, eu acho
correto que seja dado prazo para que regularizem, mas veja V. Exª que no
Projeto de Lei está o art. 3º do Decreto nº 8.574, de 24 de junho de 1985. Faz
21 anos que estão regularizando, mas faz seis anos que eu quero regularizar os
outros imóveis, e a Casa não me dá apoio.
O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Mas neste
momento é aquela menção que faço: há de se ter projetos para a Cidade. Agora,
há questões que são, na verdade, tratadas como urgentes, mas que devem ter o
olho clínico do Poder Público, como estas questões, em especial, das vilas
irregulares. Há lá um Projeto chamado PIEC - Programa Integrado Entrada da
Cidade -, com apoio e verbas federais, com o apoio e a sustentabilidade de
projetos do Governo do Estado, e o envolvimento imediato da Prefeitura de Porto
Alegre. Esse é um Projeto urgente, premente, que deve priorizar a vida dos nossos
cidadãos. Então eu tenho a certeza, e já é prova deste Plenário que teremos a
aprovação do Projeto, e que a Prefeitura, através desses três órgãos - Defesa
Civil, Secretaria Municipal de Obras e Viação e DEMAHB - tenha o cuidado
imediato de fazer com que não mais aconteçam os grandes desastres, e que a
população de Porto Alegre tenha a certeza de que as suas ações estejam sendo
fiscalizadas, que as obras neste Município passam a contar, cada vez mais, com
programas de auxílio que caminhem lado a lado, para que haja a regulamentação
de suas construções, e que possam estar cada vez mais colocados como cidadãos
legais em nosso Município. Tenho certeza, mais um Projeto de sucesso, e que
contará de forma a auxiliar os projetos que tratem da realidade da nossa Cidade,
no que diz respeito à regulamentação das habitações clandestinas irregulares.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver.
Maurício.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para discutir o PLCE nº 003/05.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Excelentíssimo
Presidente, nobres colegas, é um Projeto - essa Lei Complementar do Executivo -
que certamente será aprovado, mas merece que teçamos considerações sobre o que
está acontecendo, ou é o status quo do nosso Município com referência à
regularização fundiária. Gostaria muito, e torço muito para que o Projeto do
Ver. João Antonio Dib volte, para que nós possamos vê-lo, porque uma das causas
mais importantes a serem desenvolvidas pelo Poder Público atual é a
regularização fundiária da nossa Cidade.
Eu visitei uma vila construída pela
Administração passada, Ver. Dib, um loteamento completo, construído, com
asfalto, com casas numeradas, mas sem regularização. O Correio não entra nesse
loteamento para entregar correspondência, porque a Administração anterior não
fez a sua devida regularização. Quando se vêem “gatos” pendurados nos postes de
luz das entradas das vilas, a gente acha que o pessoal está fazendo aquilo
irregularmente. Não, ele está fazendo aquilo para poder ter luz, porque não é
permitido, pela lei atual, que a CEEE estenda luz às vilas não-regularizadas de
Porto Alegre. Isso acontece também com pontos de água. Temos vilas em que as
pessoas usam água, não sabemos de onde, pois não há um ponto qualificado. Se
nós conseguirmos encaminhar, ou se pudermos fazer a regularização fundiária de
Porto Alegre, com certeza poderemos estar aqui discutindo a redução inclusive
do IPTU. Acredito que 40% não pagam esse imposto devido à não-regularização de
suas moradias.
Então, em boa hora, eu vejo a preocupação do
Ver. Dib em trazer de volta o seu Projeto para essa regularização fundiária,
que estudaremos e, com certeza, Vereador, serei parceiro, pois vejo que é uma
coisa necessária para a nossa Cidade, para que não aconteça o que está acontecendo
no Rio de Janeiro, em São Paulo, naquelas favelas, onde há um Brasil diferente,
há um mundo diferente. Se Porto Alegre não acordar e não fizer um planejamento
rápido de seu déficit habitacional, nós também seremos, logo, logo, mais um Rio
de Janeiro, mais uma São Paulo, onde a vida humana é comprometida pelo simples
fato de irmos a um local onde não somos conhecidos. Era isto, Sr. Presidente,
estamos a favor da aprovação deste Projeto.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado, Vereador. O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/05.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Prezado Ver.
Dr. Goulart, caros colegas Vereadores e Vereadoras, somos favoráveis à
prorrogação do prazo da Lei que o Prefeito Fogaça envia à Câmara, ou da Lei
Complementar nº 469, de 10 de novembro de 2003, na época construída e enviada a
esta Casa pelo então Prefeito João Verle. Isso demonstra que o processo de
regulamentação fundiária necessita tempo para ser construído, porém nós temos
de ter a preocupação de não simplesmente prorrogar os prazos, caso não tenham
sido utilizados pelas pessoas interessadas, senão vamos prorrogá-los, e
prorrogá-los. Digo isto porque esta Lei Complementar de 2003, que nós estamos
reformando, refere-se à Lei Complementar nº 469, de 17 de dezembro de 2001;
portanto, é a segunda vez que nós estamos prorrogando estes prazos. Digo isto
porque, primeiro, somos favoráveis aos processos de regularização fundiária,
aos processos que fazem com que o sistema habitacional consiga ser inserido na
cidade legal.
Hoje nós temos duas cidades: a cidade legal e a
cidade real. Na cidade real nós temos ainda 632 vilas irregulares. Para nós
fazermos esse processo da regularização fundiária avançar, nós precisamos nos
debruçar sobre o Plano Diretor, sobre a Lei Complementar do Plano Diretor, e
fazermos o seu ajuste, a sua reforma. Pelo Estatuto da Cidade todos os
Municípios deverão ajustar os seus Planos Diretores até outubro de 2006, para
estarem qualificados e enquadrados nos padrões do Estatuto da Cidade, e Porto
Alegre ainda não cumpriu essa etapa.
Apesar de termos um Plano Diretor avançado sob o
ponto de vista conceitual, metodológico e estratégico, nós precisamos avançar,
porque a Cidade real anda mais rápida do que a cidade legal. E as
irregularidades se espalham pela Cidade, e falo isso com muita tranqüilidade
para dizer que só na Região 8 de Planejamento - Restinga e Extremo Sul - temos
120 vilas irregulares, que vêm se constituindo, e que o Poder Público não
consegue freá-las, não consegue, através da legislação que lhe permite
assegurar o direito, policial inclusive, barrar essas irregularidades.
Portanto, não é só o prazo da Lei que precisamos
reformar, Ver. Ibsen Pinheiro, precisamos reformar a estrutura pública municipal,
seja ela da Secretaria do Planejamento, seja ela da Secretaria Municipal de
Obras e Viação, para poder qualificar o sistema de regularização fundiária e de
aprovação de projetos.
Vereador João Dib, V. Exª que há décadas foi
Prefeito desta Cidade, sabe que esse sistema não atende à demanda atual da
Cidade, seja na regularização fundiária, seja na aprovação dos projetos em que
precisamos ter agilidade. Por exemplo, a discussão e a disputa que existe entre
o sistema de planejamento e o sistema ambiental é um sistema ainda não
resolvido sob o ponto de vista conceitual e metodológico.
Portanto, estamos apoiando e defendendo a
prorrogação dessa Legislação, porém precisamos também reformar os mecanismos da
estrutura pública municipal para poder dar guarida, para poder ser eficaz e
eficiente, para fazer com que, dentro da metodologia de uma cidade sustentável,
Porto Alegre inicie já a revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e
Ambiental para poder se enquadrar, para poder ser inserida na Lei maior, que é
o Código das Cidades - já aprovado - e que determina que outubro de 2006 é o
prazo máximo que os municípios têm para responder pela qualificação dos seus
Planos Diretores perante a Lei Federal.
E, para isso, que o Município possa estar não só
qualificado, mas também autorizado a receber os grandes recursos do Governo
Federal, como este ano, que está destinando 18,7 bilhões para o sistema
habitacional. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
discutir o PLCE nº 003/05.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, acho muito importante que no primeiro Projeto em discussão para
votação nesta reunião de hoje, no primeiro dia dos trabalhos de Sessão Plenária
desta Casa, nós estejamos discutindo um Projeto de Lei do Executivo que trata
de uma das questões mais importantes, mais graves e significativas na vida de
nossa população, que é exatamente a questão da habitação, da regularização fundiária
do nosso Município.
Iniciamos, portanto,
os trabalhos de votação com um Projeto que tem enorme repercussão e significado
na vida das pessoas do nosso Município, daquelas pessoas que habitam uma parte
da Cidade que talvez ainda não seja muito conhecida pelo conjunto dos bairros
mais valorizados economicamente, que são exatamente as pessoas das regiões das
vilas, das regiões periféricas do nosso Município.
As questões da
habitação têm que ser priorizadas pelos poderes públicos; portanto, iniciarmos
os nossos trabalhos, discutindo um Projeto de regularização fundiária da Vila
Farrapos é significativa, porque demonstra a nossa preocupação, a nossa
priorização em enfrentar esta importante problemática do nosso Município.
O Projeto reabre o
prazo para a regularização das construções na Vila Farrapos; amplia o prazo
para essa regularização, o que cria a possibilidade de solução dos problemas de
aproximadamente 250 famílias que hoje não têm, na Vila Farrapos, a sua situação
fundiária regularizada.
Acredito que este
Projeto será aprovado por unanimidade, mas fiz questão de subir a esta tribuna
para fazer esta rápida intervenção, secundando já as intervenções dos
Vereadores Maurício Dziedricki, João Dib, e Carlos
Comassetto, tendo em vista a relevância do enfrentamento dos problemas de
habitação popular no nosso Município.
Queria, portanto,
registrar a importância deste Projeto, pedir a aceleração da votação, para que
possamos, aprovado isso, passarmos para os próximos Projetos que ainda serão
votados na tarde de hoje.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Vereadora.
O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra para discutir o PLCE nº 003/05.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras,
evidentemente que este Projeto dispensa auxílio na sua aprovação, trata-se de
uma matéria que é tranqüila, mas o debate, sim, é importante, porque traz à
discussão uma das questões que martiriza segmentos, que por razões que não vêm
ao caso discutir, e premidos pela necessidade de morar, muitas vezes, constroem
irregularmente.
Eu acho que o termo
clandestino não se ajusta, porque é feito à luz do dia, publicamente; quando as
populações pobres fazem suas construções, fazem-nas à luz do dia, mas são
construções irregulares, não-encartadas dentro dos princípios e normas que
regem as posturas e leis municipais.
De qualquer forma,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é uma discussão importante. Essas pessoas se
angustiam vendo suas propriedades sem a necessária regularização jurídica,
porque isso as impede de transacionarem, de conseguirem recursos para fazerem
melhorias em suas habitações, sempre necessárias. Então, para essas pessoas,
para esses segmentos da população, dar-se condições de regularização aos seus
prédios é altamente positivo e tem a ver com a qualidade de vida dessas
populações.
O Sr. Carlos
Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Ver. Elói, nós precisamos avançar nessa questão, inclusive da
nomenclatura. Não existe, como V. Exª bem disse, habitação clandestina; existem
habitações irregulares, e todos nós sabemos onde elas estão. Portanto, quando
se sabe onde estão, inclusive na sua localização geográfica, não são
clandestinas, são irregulares. Obrigado.
O SR. ELÓI GUIMARÃES:
Eu agradeço a V. Exª pelo aparte, até porque a
necessidade premente de morar faz com que as pessoas, muitas vezes, transgridam
as normas edilícias, as normas habitacionais dos Municípios, em face da
necessidade maior de morar.
Aqui, em apartes,
Vereadores pela tribuna passaram, e dizia o Ver. João Dib de se fazer um amplo
Projeto, e nesse sentido ele vem trabalhando, o que é altamente positivo, Ver.
João Antonio Dib. De tempos em tempos me parece que é positivo fazer-se uma
espécie de anistia predial àqueles que por circunstâncias e até muitas vezes
por falta - a maioria - de recursos, cometeram ali determinadas
irregularidades. Uns, porque não fizeram projetos, e outros, porque em fazendo
os projetos, cometeram pequenas irregularidades e ficam ali ad eternum
com a sua propriedade, por assim dizer, juridicamente interditada, não podendo
ter a plenitude que a propriedade confere ao cidadão.
Portanto, é um
Projeto que é manso e pacífico, e passará sem nenhuma dificuldade. Apenas se
nos afigura importante chamar a atenção para o debate, porque para as pessoas é
altamente alvissareiro ter a prorrogação para que se façam as regularizações
necessárias. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Em votação nominal, por solicitação do Ver. João Antonio
Dib, o PLCE nº 003/05 (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por
30 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 2504/05 - PROJETO DE LEI
COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 017/05, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
altera a redação do art. 73 da Lei Complementar n.º 12, de 7 de janeiro de
1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o Município de Porto
Alegre, proibindo os espetáculos de feras e a exibição de quaisquer animais
perigosos. Com Emenda n. 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto e à Emenda n. 01;
- da CUTHAB. Relator Ver. Alceu Brasinha:
pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da
maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, I, da LOM.
- incluído na Ordem do Dia, por força do
art. 81 da LOM, em 07-12-05.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Em
discussão o PLCL nº 017/05. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
discutir o PLCL n° 017/05.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a intenção deste Vereador ao apresentar esta
proposta é alterar o art. 73 da Lei n° 479, de 30 de setembro de 2002, que diz
que ficam proibidos os espetáculos de feras e as exibições de quaisquer animais
perigosos sem as necessárias precauções para garantir a segurança dos
espectadores. Com essa Lei subentende-se que, com as precauções, podem-se
realizar as exibições de animais perigosos. Dessas exibições, como nos foi
mostrado no fórum dos animais que esta Casa realiza por iniciativa do Ver. Beto
Moesch, depois mantido, sem deixar cair, pelo Ver. Sebastião Melo, e,
especialmente, enquanto fui Presidente da COSMAM, pela Verª Mônica Leal e por
este Vereador, nós recebemos não só denúncias, mas fotografias de torturas de
animais em circos, para que houvesse a excitação do animal para fins
exibicionistas - a retirada de suas unhas, para que a sua ferocidade aumentasse
durante os espetáculos através da provocação de dor; também foi registrado o
uso de estimulantes, de substâncias químicas que tirassem o animal da sua
normalidade e aumentassem em muito a sua ira, a sua ferocidade, a sua reação,
de acordo com a idéia de que a população ficaria encantada com animais
exóticos, com animais ferozes, quando domados e, principalmente, fora do seu habitat. Também foi registrado que eram
submetidos à superalimentação ou à falta de alimentos, muitas vezes, para
provocar, dessa forma, a sua reação durante o espetáculo.
A nossa atitude foi radical; nós queremos, de
todas as maneiras, que seja proibida a exposição de animais como espetáculo
circense. Queremos que seja banida a presença de animais em espetáculos
circenses.
A Sra. Mônica
Leal:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebenelo, fico muito
feliz com essa sua iniciativa, porque há dois anos, por conta desse Projeto do
Ver. Beto Moesch e do Ver. Adeli, nós apresentamos aqui um filme em que
elefantes sofriam torturas. Por exemplo, eles utilizavam uma chapa quente para
fazer com que eles aprendessem a dançar. Então, esse Projeto é muito oportuno;
eu lhe dou os parabéns, fico muito satisfeita. Inclusive, para nós, que
participamos do Fórum em Defesa do Bem-Estar dos Animais, com reuniões na Casa,
esse é um grande ponto. Parabéns, Vereador.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO:
Muito obrigado, Verª Mônica Leal. Inclusive nós tínhamos fotografias de
diversos animais - tigres, panteras, leões - de circo com as unhas arrancadas,
no sentido de incitar a dor e a reação feroz do animal durante o espetáculo.
Por isso a minha proposta é no sentido de que sejam proibidos terminantemente,
em qualquer espetáculo circense na cidade de Porto Alegre, a exploração de
qualquer tipo de animal, seja ele feroz ou exótico, que possa ser submetido à
doma do ser humano, impondo, quase sempre, o sofrimento do animal, a relação de
poder pelo ser humano, em que o domador sempre o vence, como nas touradas, nas
quais, sabemos, sempre quem perde é o touro.
Essa barbaridade um dia tem de acabar, e eu acho
que, de uma vez por todas, esta Casa tem que modificar esse artigo, dizendo que
é proibido, terminantemente, o uso de animais em circo.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE
(Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Sebenelo. O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para discutir o PLCL nº 017/05.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, é preciso esclarecer à população
de Porto Alegre de que esta Cidade tem uma Lei que proíbe os espetáculos
circenses com animais no Município.
Portanto, Ver. João Dib, que sempre tem
insistido na tese de que há leis demais e devemos cumpri-las, existe essa Lei.
Nós apresentamos um Projeto original nesta Casa, posteriormente nós o
modificamos, junto com o Ver. Beto Moesch, e há dois anos esse Projeto já é Lei
na cidade de Porto Alegre. O Vereador tenta introduzir uma pequena parte no
código, na Lei Complementar nº 12, que efetivamente não muda absolutamente
nada, porque o que está em vigor já é a Lei que proíbe a apresentação de
animais em circos. Eu não vou polemizar aqui, porque eu acho que aquilo que
acrescenta e não contradita com a Lei em vigor não tem nenhum problema, mas eu
quero deixar bem claro que já existe Lei Municipal que proíbe espetáculos de
circo em Porto Alegre com a presença de animais.
Nós sempre defendemos a cultura, o esporte, o
turismo, as atividades de lazer, de entretenimento, sempre respeitando o ser
humano, os animais, o ambiente, e buscamos sempre a inclusão social, a
participação efetiva das comunidades. Por isso, na minha opinião, seria
desnecessária a legislação. No entanto, não quero aqui polemizar, porque esse
Projeto não vai contraditar a Lei que nós já aprovamos aqui.
Quero aproveitar este momento para discutir a
situação dos animais em Porto Alegre. Ver. Maristela, hoje, na parada 18,
havia, mais uma vez, uma situação dramática com relação a animais na rua, com
relação a um cavalo; esses, muitas vezes, sobem a Remião, quando não sobem a
Lucas de Oliveira, a Protásio Alves, carregados, e outras avenidas íngremes.
Sobre a questão das carroças, eu fiz uma Emenda
ao Projeto do Ver. Sebastião Melo, propondo a eliminação das carroças em
quatros anos.
A Sra. Maristela Maffei: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Brevemente quero lhe agradecer, Vereador,
mas foi um momento dramático o que nós acompanhamos: o episódio em que um
cavalo trancou a pata numa daquelas bocas-de-lobo que há ali. Realmente foi
dramático, quase ao ponto de ter que sacrificar o animal. Eu acho que essa luta
é muito digna e acaba, por fim, ajudando para que não aconteçam casos como
esse. Obrigado e parabéns por essa luta!
O SR. ADELI SELL: Obrigado,
Vereadora. Eu discutia, dias atrás, com o Garipô e com o Geraldo, da
EPTC, sobre a necessidade de nós voltarmos a ter, em Porto Alegre, um efetivo
recolhimento dos resíduos sólidos, para enfrentar a questão dos carrinheiros e
das carroças, e fazer com que esses seres humanos que necessitam desse trabalho
tenham uma reinserção na atividade produtiva e não nessa atividade medieval.
Nós temos que nos preocupar com os seres humanos, evidentemente, e, no caso,
quando discutimos hoje este Projeto de Lei, a nossa preocupação é com o
sofrimento dos animais. Eu tenho certeza de que no dia 4 de outubro mais uma
vez Porto Alegre estará na linha de frente da luta pelo bem-estar animal. Aqui,
nesta Casa, nós já temos vários Vereadores que colocaram essa questão como uma
questão importante da sua atividade cotidiana e não têm medido esforços para
que a gente solucione esse problema.
Verª Mônica, nós vamos votar favoravelmente ao
Projeto, sim, mas achamos que ele não seria necessário porque nós já temos uma
Lei, que, na minha opinião, por ser uma Lei Complementar, resolveria o
problema. Mas vamos acompanhar a proposta do Ver. Sebenelo.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) É que o art. 63 diz que se houver a
regularização, pode-se fazer esse tipo de espetáculo, desde que preenchidos...
Então, a própria Lei, ao mesmo tempo em que proíbe, permite o espetáculo. Eu
acho que a lei tem que ser radical nesse tempo, porque...
O SR. ADELI SELL: Há uma parte
dessa Lei que, em certo sentido, V. Exª tem razão, mas, por isso mesmo, vou
votar favoravelmente, porque acho que ela não-contradita, apesar de achar que o
que vale é o que já está proibido. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Elói
Guimarães está com a palavra para discutir o PLCL nº 017/05.
Então, eu acho que este debate deveria, Ver.
Claudio Sebenelo, ser melhor discutido, para termos mais tempo para analisar;
pois o que vem acontecendo? Crianças, escolas, estão saindo de Porto Alegre e
são levadas a Santa Catarina - é isso -, pois o Beto Carreiro é em Santa Catarina,
para assistirem a espetáculos que são feitos por cachorros, cavalos, e outros
animais. Então, parece-me que quanto à questão dos maus-tratos, nós concordamos
em grau, gênero e número, mas, se reunidas as condições de segurança, e a
atividade não importar maus-tratos, por que proibir? Por que proibir? Parece-me
que nós podemos ingressar numa situação que se transformará num processo em
cascata e que vai proibir o tiro de laço e todas as campeiradas, que são não só
da cultura e da história gaúcha, mas como as atividades econômicas. Porque, se
nós bem examinarmos o tiro de laço - um pealo, por exemplo -, nós vamos ver que
ali há uma atitude um tanto forte, por assim dizer, mas é uma atividade que
está enraizada na nossa história, nos nossos costumes, na nossa cultura.
Por isso é que eu entendo, e não tenho por que
fazer aqui nenhuma oposição ao Projeto de V. Exa, mas se nós pudéssemos
discutir mais, desde que com a Lei existente, asseguradas as condições de
não-agressão, de não-maus-tratos aos animais e segurança à população... Porque
uma criança - vejam bem - com dez anos, não conhecia galinha, aves! Claro que
já vira alguma na televisão, mas não conhecia. Então, não sei se nós não
estamos sepultando culturas e tirando da posteridade aquilo que nós tivemos.
Eu acho que é um debate, eu respeito os
sentimentos de V. Exª, não é uma oposição ao Projeto de V. Exª, mas que
pudéssemos discutir esse Projeto e buscar o entendimento, no sentido de
preservar a não-agressão e estabelecer a segurança.
O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Esse Projeto nasceu de uma denúncia na
Comissão de Saúde, onde foi provada a exaustão, a tortura dos animais, porque a
doma ocorre por meio do domínio do animal - doma vem de domínio -, e o adestramento
é amestramento, a domesticação do animal. O que não se pode é ultrapassar a
barreira da civilidade e começar a fazer com os animais a tortura para que eles
se apresentem ferozes, o que é a grande atração do circo. É esse o motivo, e
acho que circo não pode trazer animal.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: O meu tempo
está encerrado e agradeço o aparte de V. Exª. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver.
Elói Guimarães.
Em votação o PLCL nº 017/05. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com a
abstenção do Ver. João Antonio Dib.
Em votação a Emenda nº 01 ao PLCL nº 017/05.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com a abstenção do Ver. João
Antonio Dib.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
N. 4383/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 207/05, de autoria da Ver.ª Maria Celeste, que
denomina Rua Líder Comunitário João da Silva um logradouro público cadastrado,
atualmente conhecido como Rua Leão Licurgo Brasiliano Arano, e Rua Leão Licurgo
Brasiliano Arano um logradouro público cadastrado,
atualmente conhecido como Rua Líder Comunitário João da Silva, ambos
localizados no Bairro Vila Nova, e revogam-se as Leis n. 9.711, de 30 de
dezembro de 2004 e n. 9.327, de 19 de dezembro de 2003. Com Emenda n. 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Márcio Bins Ely: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto e à Emenda n. 01;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Alceu Brasinha: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Manuela d'Ávila: pela aprovação do Projeto e da Emenda n. 01.
Observações:
- para aprovação, voto favorável de dois
terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, IV da LOM;
- votação nominal nos termos do art. 174,
II, do Regimento da CMPA;
- incluído na Ordem do Dia em 14-12-05.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o
PLL nº 207/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL
nº 207/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.
Em votação nominal a Emenda nº 01 ao PLL nº
207/05. (Após a apuração nominal.) APROVADA por 27 votos SIM.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
N. 5072/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 012/05, que altera os artigos 2º e 3º e revoga o
artigo 4º da Lei n. 9.474, de 24 de maio de 2004. (reavaliação de imóvel/
alienação)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Ibsen Pinheiro: pela inexistência de óbice de natureza jurídica ao
Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Antonio Dib: pela
aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Mario Fraga: pela
aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA -
art. 82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 14-12-05.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em discussão o
PLE nº 012/05. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLE
nº 012/05. (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 28 votos SIM.
Aviso aos Srs. Vereadores que, como não houve
Projeto polêmico até agora, toleramos um pouco a demora na votação. Procuraremos
acelerar esse processo para que, após um minuto e 30 segundos, não haja mais
votação, para que não haja problemas futuros.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 209/05 – (Proc. n. 4890/05 – Comissão de Educação, Cultura e Esportes - CECE) – requer Moção de Apoio à Mobilização Nacional em Defesa da Cultura. (incluído em 22-08-05)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação o
Requerimento nº 209/05. O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar
a votação do Requerimento nº 209/05.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, esta proposta vem
numa hora extraordinária, no sentido amplo, genérico, lato do apoio à cultura,
num país que tem ideologicamente refugado a cultura a um plano secundaríssimo;
onde muito mais do que a cultura tem-se feito elogio à ignorância, tem-se feito
o elogio ao não saber, ostensivamente, elogiando a ignorância, o despreparo e,
principalmente, a falta de postura.
Para cada mito há um rito. A cada mitologia
corresponde um ritual, e não tenham dúvidas de que em todas as estruturas do
poder é exigida uma postura, uma mecânica de comportamento, mas,
principalmente, uma estética: a estética da cultura. Essa estética é conferida
muito próxima à ética pela cultura.
Nós, aqui na Cidade, temos debatido as questões
da conservação de nossos prédios, de nossa história, dos objetos de arte, e nós
encontramos uma predação inaudita na Cidade. Nós encontramos restos de
monumentos, esculturas depositadas no orquidário do Parque da Redenção, porque
não podem ser expostas, ou porque serão roubadas, ou porque serão derretidas,
ou porque serão danificadas.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª. Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 209/05.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart, caros Vereadores e Vereadoras, o Ver. Sebenelo
deve estar-se lamentando da desastrosa política, ou ausência de política, ou
descaso do Governo Fogaça com a cultura. E, talvez, muito mal-informado das
políticas do Governo Federal na área da cultura. Nós aumentamos, Ver. Sebenelo,
em 47% os recursos do Ministério da Cultura. Agora tem trabalho na área
cultural, trabalho discutido em conferências, construindo de forma pública, por
edital, construído com a participação popular. Agora tem projeto que preserva
patrimônio cultural, que aposta nos jovens, na sua profissionalização, no seu
desenvolvimento também na área cultural. Quero dar um exemplo: a Orquestra de
Flautas Heitor Villa-Lobos, uma orquestra que nasceu numa escola pública, que
chegou a abrir o Fórum Social Mundial, pela excelência dos seus alunos, da
música produzida por eles, no ano de 2005, teve reduzido o seu orçamento pela
SMED - foi abandonada a Orquestra de Flautas -, e, de 220 alunos que faziam
oficinas, diminuiu para 80 o número de alunos envolvidos, porque a professora é
uma lutadora, porque fez galeto para pedir ajuda para manter um trabalho de
excelência, exemplo para esta Cidade e para o mundo. Já o Governo Federal,
resolvendo um problema, inclusive um erro de encaminhamento da SMED, que
inviabilizou recursos do Governo Federal para a Orquestra de Flautas, porque
colocou dentro do Projeto da Orquestra todas as bandas escolares e colocou
compra de material permanente - que é tecnicamente impossível, nos projetos -,
resolvendo esse problema, através de uma parceria com uma entidade da Lomba do
Pinheiro, que foi generosa e se interessou, o CPCA, a Orquestra de Flautas já
recebeu 46 mil direto do FNDE para poder retomar as oficinas. E, assim, o
Governo Federal é o único que consegue garantir em Porto Alegre as duas únicas
obras na área da cultura, que são o Cine Imperial e o Cine Capitólio, projetos
que foram desenvolvidos pela Administração Popular, prédios adquiridos por ela,
por troca de índices e financiamentos articulados e buscados no nosso Governo.
São as duas únicas obras.
Ao lado disso, a cultura, em Porto Alegre, tem
os seus prédios abandonados, depredados, mal-utilizados. O orçamento da
descentralização da cultura, que era importante mecanismo de fomento à cultura
nos bairros, está reduzidíssimo. O Funproarte, que é um fundo exemplar,
premiado no País por ser uma forma - não a forma em que os artistas têm que
buscar eles mesmos - de patrocínio das empresas, através de leis de incentivo,
mas é um fundo próprio da Prefeitura que financia pequenos projetos, em 2005
foi inviabilizado pela Administração do Governo Fogaça.
Eu poderia seguir dizendo o que é a ausência de
política séria e de prioridade para a cultura: a nossa Fonte Talavera, que está
na frente da Prefeitura, ainda não está restaurada; o cuidado com as nossas
obras de arte; o projeto das Áreas de Interesse Cultural, que protegia e
indicava 80 áreas desta Cidade. Esse projeto entrou na Câmara de Vereadores no
final de 2004; um estudo sério, feito pela Universidade, pela Secretaria da
Cultura, foi retirado pelo Governo Fogaça. Temos notícia de que a Secretaria do
Planejamento o retaliou e não se tem notícias do retorno dessa importantíssima
regulamentação, que é a proteção do patrimônio cultural desta Cidade da
construção predatória. Nós não temos nenhuma notícia alvissareira.
A nossa companheira,
ex-Secretária da Cultura, Margarete Moraes tem pautado esse tema um dia após o
outro, um problema após o outro, como o furto dos equipamentos no Araújo
Vianna, a linha desse Governo é desativar os equipamentos. Não há criatividade
em tempos de orçamento curto para resolver problemas, para encontrar soluções,
para construir alternativas com a comunidade cultural.
A Usina do Gasômetro está abandonada; foi
entregue aos grupos. Pode ser positivo, mas não há uma cortina que funcione, as
paredes estão sujas, os espaços não são mais públicos, depende do grupo, das
chaves que estão com os grupos. Nós perdemos a grande marca que a cidade de
Porto Alegre tinha e vários programas importantes como o Porto Alegre em Buenos
Aires - esse intercâmbio cultural que era mais uma das marcas da Cidade. Uma Cidade que se inscreveu no mundo por seu protagonismo, pela
excelência da produção cultural e, ao mesmo tempo, pela inclusão, pela
horizontalidade. Por isso esse tipo de moção é, sim, para incentivar, para
estimular a política acertada do Governo Lula, que é o que salva a cidade de
Porto Alegre de não estar numa paralisia total; pelos seus recursos e
investimentos. O Projeto Monumenta segue firme, porque há recurso federal,
porque há investimento de políticas federais. Atenção: acorde Governo Fogaça!
Acorde cidade de Porto Alegre! Até na cultura, e principalmente na cultura, estamos
em situação pior, bem pior.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Vereadora.
O Ver. João Antonio
Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 209/05.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, eu realmente tenho dificuldades em votar esse Requerimento que
objetiva uma mobilização que ocorreria em todo o País no dia 10 de agosto de
2005. Ele foi protocolado aqui na Câmara Municipal no dia 11 de agosto de 2005.
É claro que todos nós somos favoráveis à Cultura, todos nós somos favoráveis à
Educação, ao ensino, em especial à Cultura, pois temos alguns problemas que
precisam ser resolvidos; mas era para o dia 10 de agosto de 2005. Estamos
votando hoje, em 15 de fevereiro de 2006 e a mobilização nacional ocorreria no
dia 10 de agosto. Era para mandarmos uma cópia para a Secretaria Municipal de
Cultura, Secretaria Estadual de Cultura, Sindicato dos Artistas e Técnicos em
Espetáculos de Diversões do Estado do Rio Grande do Sul, Companhia de Arte,
Movimentos em Grupos, Câmara Setorial de Teatro, Câmara Setorial de Dança,
Fórum Permanente de Teatro, Comissão Permanente de Dança e Associação Gaúcha de
Teatro de Bonecos. Eu não sei até se já não fizeram alguma coisa no sentido de
resolver e equacionar esse problema, e, neste momento, me sinto sem condições
de votar favoravelmente ou contrariamente, portanto acho que não deveria ser
votado, vou me abster de votar, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 209/05.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, nós estamos discutindo neste momento uma Moção de Apoio, aprovada
pelo conjunto de Vereadores da Comissão de Educação da Câmara. Ao que se refere
esta Moção de Apoio? Refere-se à construção de um protocolo de intenções
firmado entre o Governo do Estado, a Famurs, o Governo Federal, a União dos
Dirigentes Municipais de Educação, uma série de entidades. A Moção se refere
exatamente a este Protocolo para o desenvolvimento de ações de educação e
cultura no nosso Estado.
Acontece que esta
decisão foi do ano passado - e como falou o Ver. João Antonio Dib -, e neste
momento desconhecemos quais as atitudes que foram tomadas, e talvez, muitas das
quais já tenham sido resolvidas.
Porém, a iniciativa
da CECE de respaldar este evento, foi naquele momento, no ano passado, uma
atitude positiva.
Mas venho aqui me
referir, não ao conteúdo de um apoio a um Protocolo de intenções pela cultura,
mas divergir, de uma forma democrática, da intervenção feita pela Verª Sofia
Cavedon. Talvez a Vereadora esteja desconhecendo, e talvez por isso o teor da
sua intervenção. Mas eu queria dizer à Vereadora e às Sras
Vereadoras e aos Srs. Vereadores que 2005 foi o primeiro ano de um governo que,
entre as ações que nos orgulham nesta Cidade, entre as políticas que foram
desenvolvidas pela Prefeitura de Porto Alegre que demonstraram o conceito do
nosso trabalho - um conceito democrático, popularizado, amplo, sem nenhuma
perseguição ou sem nenhum vínculo a um conceito de partidarização da Cultura -
que regeu a gestão da nossa Secretaria da Cultura do Município de Porto Alegre
.
Evidentemente que nós, quando assumimos a
Prefeitura, tivemos que enfrentar uma série de dificuldades porque alguns
prédios, inclusive prédios importantes, de importantes instituições culturais
do nosso Município, estavam sem condições de
funcionamento. Foi preciso todo um trabalho de restauração de prédios que
ofereciam insegurança para a apresentação de seus espetáculos. Nós optamos por
investir nesses prédios e não focarmos os nossos discursos nessas questões,
nesses problemas. Focamos o nosso discurso no desenvolvimento de uma política
cultural que viesse trazer à população da nossa Cidade a ampliação dos
espetáculos, a ampliação da participação dos agentes culturais nos eventos da
Cidade. E os êxitos foram inúmeros. Poderíamos citar, por exemplo, o sucesso do
carnaval; poderíamos citar, por exemplo, o sucesso e talvez a maior comemoração
da Semana de Porto Alegre; o Porto Alegre em Cena, que foi reestruturado com
enorme participação inclusive da Cidade; poderíamos comentar os shows que foram
feitos na Cidade, criando espaços de expressão para os grupos culturais do
nosso Município, entre as inúmeras outras atividades que foram desenvolvidas
pela Secretaria da Cultura, sempre preocupada em garantir as expressões das
diversas culturas da nossa Cidade, por intermédio das dança, da música e das
artes cênicas.
Então, eu gostaria
inclusive de me comprometer aqui com V. Exas. em divulgar mais internamente
entre nossas Bancadas as inúmeras ações exitosas que fizeram com que a nossa
Cidade, no ano de 2005, se constituísse numa Cidade com enormes possibilidades
de a população participar dos seus eventos culturais, quer seja no Centro da
Cidade ou por intermédio da manutenção dos programas descentralizados da
Cultura, programa que já existia no Governo anterior, mas que permite às
comunidades terem acesso às manifestações culturais e participarem dos debates
sobre Cultura em nossa Cidade.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Não havendo mais quem queira encaminhar, em
votação o Requerimento nº 209/05. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com abstenção do Ver. João Antonio Dib.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 269/05 – (Proc. N. 7185/05 – Comissão de Educação, Cultura e Esportes - CECE) – requer Moção de Apoio ao Conselho Municipal de Educação e à Secretaria Municipal de Educação/Educação Especial, pelo ofício referente ao processo de discussão sobre a Educação Especial, Rede de Educação Inclusiva. (incluído em 11-01-06)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Em votação o Requerimento nº 269/05. A Verª Sofia
Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 269/05.
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart, falo aqui em nome
dos Vereadores Adeli Sell e Sebastião Melo e das Vereadoras Manuela d’Ávila e
Neuza Canabarro. Foi muito importante o movimento criado a partir da nossa
Comissão e, depois, pelo Conselho Municipal de Educação, que aglutinou as
preocupações e ansiedades das nossas quatro escolas municipais especiais, no
ano passado, mediante a mudança da legislação federal em relação ao atendimento
em escolas de Ensino Especial que o Conselho Nacional de Educação estava
discutindo junto com o MEC. E nós, como temos uma caminhada muito singular em
Porto Alegre, de escolas especiais, que não são mais instituições totalizantes,
não são lugares apenas onde ocupar os nossos portadores de deficiência mental,
não são lugares de treinamento como eram, e ainda são muitas instituições,
apenas para treiná-los para algum ofício simples. As nossas escolas
desenvolveram um currículo e uma concepção que inclui as nossas crianças, desde
os bebês, aos adultos de 21 anos, num processo pedagógico que pressupõe desde a
estimulação precoce, passando pela socialização, pela escolarização
propriamente dita e pela integração no mundo do trabalho, no mundo da cultura,
no mundo em geral. Então, as escolas já têm, em si, na sua estruturação, a
concepção de inclusão, que o Governo Federal, o Conselho Nacional querem ver realizada
no País corretamente. Só que nós não concordamos com o fim dessas escolas, como era o que
parecia que estava se delineando no País, que não poderia haver mais escola de
Educação Especial, que todas as crianças tinham que estar em escolas regulares.
Por mais que nós tenhamos um processo muito rico e positivo, de mais de 500
crianças integradas nas escolas municipais de Ensino Fundamental regular e
Educação Infantil, nós achamos que esses espaços específicos, com a sua
riqueza, com a interlocução que propiciam aos meninos e meninas, muitos deles
aqui estudando e trabalhando na Câmara de Vereadores, pelo esforço e pela
iniciativa dessas escolas, devem ser mantidos, para fazer com que criem,
construam a autonomia, a independência e a sua integração no mundo para além da
escola. Então, esse espaço, para nós, ainda não pode ser fechado, por ser um
espaço especial. Nesse sentido, posicionou-se a SMED, e posicionou-se o
Conselho Municipal de Educação no ano de 2005. E, por esse posicionamento, pela
regulamentação, pela norma da Educação Especial que o Conselho Municipal de
Educação de Porto Alegre, por ter o seu próprio sistema, por essas
manifestações e por essas resoluções, nós conseguimos influenciar a decisão do
Conselho Nacional de Educação.
A Prof.ª Maria Beatriz Luce, que é Conselheira
da Câmara do Ensino Fundamental do Conselho Municipal de Educação, esteve em
debate aqui na Câmara, ouvindo as escolas, o Conselho, a SMED, e nós, daqui do
Sul, mandamos documentos, reflexões, chamamos o MEC, acho que foi um movimento
muito bonito - a Verª Neuza sabe, a Verª Maria Celeste, que acompanharam as
mães angustiadas - e que influenciou a decisão do Conselho Nacional na
compreensão de que é preciso um tempo muito maior, uma mudança cultural nas
escolas, na sociedade, para um dia, quiçá, nós chegarmos num único tipo de
escola. Mas hoje as Escolas Especiais de Porto Alegre são um exemplo de tratar
com dignidade, com especificidade, com cuidado, com competência o nosso
portador de deficiência mental e também buscando a necessária integração com as
demais pessoas, com os demais cidadãos - crianças e adolescentes - da Cidade,
com o necessário encaminhamento desses meninos e meninas para sua autonomia no
mundo. Então, é nesse sentido a Moção, de parabenizar o esforço do Conselho
Municipal, da SMED e das escolas e de reforçar esse recado consistente,
qualificado que a Educação Especial de Porto Alegre deu ao Conselho Nacional, à
política pública nacional para os portadores de deficiência.
É nesse sentido a Moção; a CECE está de
parabéns. Na época, o Ver. Adeli era o Presidente,
sempre atento a todos os temas que estavam em pauta - nos posicionamos,
contribuímos, e acho que ganhou o Brasil, ganhou a política do MEC, ganha a
Educação Especial. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Vereadora.
Não havendo mais quem
queira encaminhar, em votação Requerimento nº 269/05. Os Senhores
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade do Plenário.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 270/05 – (Proc. N. 7188/05 – Comissão de Educação, Cultura e Esportes - CECE) – requer Moção de Apoio ao Protocolo de Intenções firmado entre a Secretaria Estadual de Educação, a Comissão de Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia da Assembléia Legislativa do Estado, a Federação das Associações de Municípios/RS, a União dos Dirigentes Municipais de Educação/RS, o Fórum dos Conselhos Municipais de Educação/RS e o Ministério Público Estadual, quanto ao limite de idade para matrícula aos seis anos no Ensino Fundamental obrigatório. (incluído em 11-01-06)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Em votação o Requerimento nº 270/05. O Ver. João
Antonio Dib está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº
270/05.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, à semelhança do Requerimento anterior, quando eu disse que tinha
dificuldade, agora também tenho dificuldade. Nós estamos fazendo um Requerimento
de apoio a algo que o Congresso Nacional já votou, que é sobre as crianças
poderem ingressar na escola de 1º grau aos seis anos. Eu não sei para que nós
votaremos esse Requerimento agora. Mas, de qualquer forma, já foi votado, já é
Lei, já foi discutido. Havia até um convênio nesse sentido. Não sei como a
Câmara deve proceder, se não deve até retirar o Requerimento, porque nós vamos
indicar para quem aquilo que já é Lei? Saúde e PAZ!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. SOFIA CAVEDON:
Apenas queria posicionar-me pela manutenção da
Moção, porque é verdade que está aprovada a Lei, estabelecida a
obrigatoriedade, mas agora é o conjunto de Estados e Municípios que precisam
adotá-la e adotar medidas para realizá-la daqui a até 5 anos. Então, quanto mais
breve isso acontecer, melhor para as nossas crianças, para a Educação
brasileira. Uma Moção desse tipo reforça a Lei aprovada e ajuda os Municípios a
considerarem uma conquista e um direito fundamental a ser cumprido. Muito
obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 270/05.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Dr. Goulart, este caso demonstra como em alguns momentos
esta Casa se atrasou em relação aos fatos, porque essa foi uma discussão
responsável que a Verª Neuza Canabarro, a Verª Sofia Cavedon, a Verª Manuela
d'Ávila, o Ver. Sebastião Melo, e eu, fizemos com várias instituições. As
Secretarias Municipal e Estadual de Educação, entre outras, estiveram aqui
presentes, a nossa Secretária Municipal inclusive adiantou uma proposição que
hoje acabou sendo uma norma de que teremos em torno de quatro a cinco anos; no
caso daqui, ela nos garantiu que até 2009 nós já teremos resolvido a questão,
portanto, um ano antes do que disse agora a Verª Sofia, que são cinco anos para
a adaptação.
Mas, mesmo com
atraso, eu quero que se vote, porque nós precisamos, exatamente, trabalhar o
espírito que está na Moção. Um trabalho conjunto de todas as instituições para
que nós possamos garantir a entrada das crianças no Ensino Fundamental aos seis
anos, garantindo a todas e a todos nove anos de Ensino Fundamental, porque eu
vi verdadeiras barbaridades sendo colocadas recentemente sobre essa questão do
Ensino Fundamental de nove anos, como se isso fosse um custo adicional.
Educação não tem custo, Educação se sobrepõe a valores, em Educação é algo que,
na minha opinião, não podemos medir nenhum esforço pessoal, de trabalho e
financeiro.
Aqui nesta Casa,
felizmente, nós temos constituído uma ampla maioria de Vereadores que têm
defendido a Educação de forma incondicional. Eu fiquei muito feliz no ano
passado, Ver. Goulart, por ter sido Presidente da Comissão de Educação, Cultura
e Esportes, inclusive com a presença de duas ex-Secretárias, para que a gente
pudesse desenvolver um conjunto de atividades na área da Educação, que muitas
vezes esta Casa não discutia, e que terá que discutir. Tenho certeza que a
atual Comissão de Educação continuará, com a Verª Manuela d'Ávila, as pautas,
as agendas, inconclusas no ano passado; foi isso que a Vereadora já nos
garantiu.
Eu tenho certeza de que a Verª Neuza Canabarro e
eu, que não estaremos mais na Comissão de Educação, muitas vezes estaremos lá
presentes, porque as pautas serão recorrentes, e nós temos um conjunto de
questões a colocar nessa Comissão.
Portanto, Ver. João Dib, o espírito dessa Moção
vai muito mais no sentido de as várias entidades, os vários entes públicos
trabalharem em uníssono para garantir a Educação desde os seis anos de idade,
os nove anos do Ensino Fundamental e o sucesso da Educação no Brasil, porque
nós ainda temos tremendas carências. Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
querido Vereador.
O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 270/05.
O SR. NEREU D'AVILA: Sr. Presidente,
Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, às vezes os
Vereadores escutam os seus pares e silenciam diante de situações que consideram
estranhas, mas às vezes são levados a se manifestar, tamanha é a situação -
esta é uma delas.
O Ver. Dib tem absoluta razão; vejam bem:
estamos votando, em 15 de fevereiro, uma Moção de Apoio ao Protocolo de
Intenções firmado entre secretarias daqui, de lá, de acolá, da Assembléia,
disso, daquilo. Para quê? Quanto à idade de seis anos para a matrícula no
Ensino Fundamental obrigatório. Ora, o que esta Câmara deveria estar discutindo
neste momento? Deveria, porque é importante para o Estado, é importante para a
União, estar discutindo a questão de que a Secretaria da Educação
surpreendeu-se, porque não têm salas-de-aula, não tem professores, porque vão
aumentar em milhares os novos alunos na Rede de Ensino Estadual, e por aí vai.
Esse é um assunto de muita importância.
O que fez, sensatamente, o Congresso Nacional?
Aliás, cometeu erros inúmeros, mas também - e vamos reconhecer logo - tem
atuado no sentido de situações consentâneas com a realidade nacional. Votou uma
lei que dá um prazo de anos para essa adaptação, o que foi absolutamente
consentâneo com a realidade nacional. O nosso conterrâneo, Paulo Ziulkoski,
Presidente da Confederação Nacional dos Municípios, que foi, ou é ainda
Prefeito de Mariana Pimentel, um excelente defensor da causa municipalista, e
que conhece “na ponta da língua” todas as situações municipais, veio à lume e
disse à Nação - aliás, em rede nacional: “Olha, isso vai ser à custa dos
Municípios, vai sair uma fortuna!” Ora, isso não quer dizer que nós não
ampliemos o Ensino Fundamental; obvio é que há a necessidade; agora, de repente,
como se nada houvesse, como se queria... Então, é claro que não poder-se-ia
fazê-lo em cima de um custo que não se sabe ainda quanto é, e que vai recair
nos ombros dos Municípios, que, na equação da União e dos Estados, o Município
é o que tem que fazer as coisas, é aquele que existe, porque tem território,
tem circunscrição, não é a União, porque a União é o mapa do Brasil, e que tem
70% de arrecadação; os Municípios já tiveram cerca de 19% do bolo
arrecadatório, hoje estão com menos de 14, com 12, com 13%, e com muito mais
ônus, como disse o Presidente Paulo Ziulkoski.
Então isso é o que nós deveríamos estar
discutindo, essas são as questões pertinentes, não a Moção de Apoio ao
Protocolo de Intenções, que já se foi, em linguagem jurídica, já prescreveu,
ou, enfim, já passou a situação. Mas, de qualquer modo, há uma situação
positiva da Moção - que se registre, é a única para mim -, que é a de fazer com
que discutamos junto com a população os interesses dos alunos, da ampliação
enorme que vai trazer, de quantos milhões de crianças vão ter que ser
adaptados, agora, por lei.
Nós temos que discutir aqui com o Município de
Porto Alegre; nós somos, aqui, a Casa do Município; nós somos aqueles que a
população colocou aqui para verificar os interesses deste Município; nós temos
de ver com a nova Comissão de Educação, agora presidida pela Verª Manuela, que
verifique o quanto vai custar, em termos de ampliação, esses milhares de novos
alunos que vão adentrar com seis anos de idade. Essa é uma discussão pertinente
e importante para o Município de Porto Alegre.
Portanto, concluindo, quero dizer que por óbvio,
até porque “o que abunda não prejudica”, na linguagem popular, evidentemente
não vim aqui para invalidar a Moção, só vim para dizer que ela está defasada no
tempo e no espaço. Se o Vereador-Presidente da Comissão no ano passado reclama
pelos meios de comunicação, é vedete, gosta de falar mal dos seus colegas, é o
único que sabe; então ele que reconheça que agora nós temos de tratar das
questões do momento. Se a Câmara, por um motivo ou outro, não conseguiu votar,
que não se condene a Câmara, porque temos ainda muitos assuntos para discutir,
como, por exemplo, os milhões de alunos de seis anos que adentrarão nas escolas
e que terão despesas, despesas que serão custeadas pelos Municípios. Porto
Alegre tem de saber de onde vai sair o dinheiro, sim, para esse grande
investimento que é essa nova proposição em nível nacional de que as crianças
agora, aos seis anos, têm de adentrar nas escolas. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 270/05.
O SR. CLAUDIO
SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o ensejo deste debate nos faz pensar em quanto é
sábia a lei. Quando se pede para um pai não ensinar e não dar o seu carro para
o seu filho antes dos 18 anos de idade, a lei sabe muito bem por quê. Ela é
sábia, ela é preventiva e ela é biológica. O desenvolvimento e a maturidade de
um jovem se dá muito próximo dos 18, 19 anos de idade. Não é por um número
cabalístico que se exige que, para dirigir automóvel, um jovem tenha 18 anos.
Não, é porque faz parte de um processo de maturação psicológica. Da mesma
forma, quando a lei diz que o número de dias de férias é 30 dias, não é uma
questão cabalística, é porque ficou provado cientificamente que é necessário o
mínimo de 25 a 30 dias para que o funcionário esqueça a sua empresa, saia da
rotina para voltar descansado e restaurado nas suas energias.
O adiantamento para o sexto ano de vida do
inicio das atividades escolares, sem que tenha sido terminada a pré-escola, vai
prejudicar profundamente, de uma forma talvez generalizada, inclusive, as
crianças das favelas. Elas não têm a massa de informação das crianças da classe
média, elas não têm a desenvoltura, nem a alimentação e nem a assistência que
têm as crianças ricas e de classe média. Eu me atenho, inclusive, à lei
anterior, que permitia a partir dos 7 anos o início: talvez ela seja muito mais
fisiológica, muito mais biológica, muito mais antropológica, muito mais humana
e muito mais compatível com o desenvolvimento psicológico da criança, do que
essa atual, que visa a uma precocidade nesse tipo de atendimento, o que pode
até aumentar o número de crianças precoces.
Nós da sociedade da pressa, nós da sociedade da
superinformação, temos, inclusive, muitas crianças chegando à genialidade pelo
estímulo, com muito mais precocidade do que há uns 30, 40 anos; o estímulo é
muito maior. Mas daí a trazer o início das atividades escolares para o sexto
ano de idade, para essas crianças que não têm esse estímulo, e serem atingidas
por uma precocidade que vai prejudicá-las, especialmente as das favelas, as
crianças pobres, que são a maioria, numa pré-escola extremamente deficiente,
numa pré-escola que rejeita uma grande quantidade de crianças, e que é uma
fábrica, essa pré-escola, hoje, é uma fábrica de futuros moradores das FEBEMs e
das favelas, das prisões, certamente esse adiantamento não é saudável. Por isso
eu gostaria de não me manifestar a respeito desse Requerimento, porque essa é
uma Lei que já está em vigor, e o outro debate, como disse o Ver. Nereu
D’Avila, e muito bem, também deve estar ligado a quem vai pagar a conta de uma
audácia, para meu gosto, muito acima - no sexto ano de idade - das
possibilidades, especialmente, das crianças das nossas favelas.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 270/05.
A SRA. SOFIA
CAVEDON: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o tema dos seis anos
de idade e dos nove anos de Ensino Fundamental eu considero - e de forma
emocionada - uma das principais conquistas e construções que o Brasil fez no
ano de 2005, e isso não foi uma invenção no ano de 2005; na verdade, esse tema
é uma das bandeiras que já vêm sendo colocadas em prática há mais de dez anos,
no País, por diferentes experiências, em vários Municípios e Estados do Brasil.
Esse tema é o resultado de um acúmulo de debates sobre o fracasso da Educação
pública brasileira, sobre os altos índices de reprovação, especialmente na
famigerada 1.ª série, que, muitas vezes, é o primeiro ano de ensino que a
criança vai freqüentar, pois muitos chegam na escola direto na 1ª série,
fundamentalmente na periferia de nossas cidades. Também por essa chegada só na
1ª série, por essa chegada tardia, mas também pela concepção que, ainda bem,
estamos superando na Educação, no sentido de que a alfabetização se dá
exatamente aos sete anos, na 1.ª série, e que, bem, se não alfabetizar aos sete
anos, na 1.ª série, reprova porque precisa alfabetizar nesse ano. Então, esse
conjunto de construções progressistas da Educação, uma concepção de
alfabetização como processo que começa muito antes dos sete anos, que,
portanto, é direito da criança aos seis, aos cinco, aos quatro, ver,
experimentar o livro, a arte, o brincar, os ambientes desafiadores, a relação
com o mundo escrito, o desenvolvimento motor, psicológico, afetivo, relacional,
tudo isso compõe um conjunto de condições para a criança se alfabetizar no
sentido amplo da alfabetização, que é para além do mero domínio do instrumento
da letra, da língua escrita. Então, esse avanço na concepção da alfabetização -
o avanço no sentido de compreender que nós precisamos ampliar o tempo da
criança na escola, que o direito a esse tempo maior de aprendizagem, de
experiência, de aprendizagens fundamentais tem que ser acessível a todas as
crianças, e as crianças de classe média da escola privada já têm, há muito
tempo, essa oportunidade de estar na escola muito antes dos sete anos - é um
direito para enfrentar a exclusão social, a evasão, a reprovação, é um direito
a uma infância feliz, e isso vem sendo construído há mais de dez anos com a
nossa Constituição Federal, com a Constituição que foi fruto da mobilização dos
movimentos sociais em 1988, com a nova Lei de Diretrizes da Educação, e, na
seqüência, com o Estatuto da Criança e do Adolescente, com a normatização da
Educação Infantil. Então, o Governo Lula consegue aglutinar esse conjunto de
experiências que começou lá em Belo Horizonte, com proposta pedagógica, Ver.
Sebenelo, adequada a esses conceitos. Não é o mero incorporar as crianças de
seis anos para acelerá-las e elas poderem estudar mais cedo na 1.ª série, e com
treze anos saírem para o Ensino Médio e não terem idéia do que querem fazer no
Ensino Médio e depois na Faculdade, mas, sim, incorporar um tempo maior na
Escola, com respeito a essa faixa etária, na faixa etária do brincar, na faixa
etária do se relacionar, que é também a faixa etária característica dos sete e
dos oito anos, pelo menos, e, de resto, de toda a vida do adulto, porque o
lazer e o afeto fazem parte da nossa aprendizagem. Então, isso começa em Belo
Horizonte na forma de ciclos, mas se expande pelo País em diferentes
experiências. E os Governadores e Prefeitos construíram esse pacto, isso hoje é
lei e significa para o País um ano a mais de escolarização, significa um novo
olhar sobre a infância, significa novos instrumentos para enfrentar o fracasso
escolar. E, infelizmente, registro que aqui, no Estado do Rio Grande do Sul,
temos um Secretário que esteve de costas a esse avanço, que considerou e chamou
de “crime pedagógico” as crianças de seis anos entrarem na escola; que cancelou
agora as inscrições referentes às crianças de seis anos; que joga a
responsabilidade para o Município; que veio reduzindo, Ver. Sebenelo, as vagas
na Educação Infantil, retirando a oportunidade de crianças de seis anos
entrarem na Educação Infantil; que resistiu, que lutou por prazo e que só conta
números na sua frente e, mais do que isso, faz um argumento pedagógico para
dizer que não pode acolher as crianças de seis anos.
Então, enquanto o País inteiro já têm inúmeras
experiências, todas as escolas de Porto Alegre - são 49 escolas - acolhem
crianças de seis anos... A partir de 1995, o Estado do Rio Grande do Sul não
tem debate pedagógico, está no atraso, resiste; talvez, em 2007, passe a
acolher as crianças e joga para o Município as responsabilidades. Temos que
chamar a atenção. Não é da tradição do PDT o que o Secretário Fortunati fez com
a Educação. Enxugar, fechar escolas, é a conta rasa, e se negar a acolher mais
crianças e incorporar essa grande conquista no Brasil, que são os nove anos e
as crianças de seis anos no Ensino Fundamental. Obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
O Ver. Raul Carrion está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 270/05.
O SR. RAUL
CARRION:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, farei um
encaminhamento breve, em nome da Bancada do PCdoB, que é favorável a essa
Moção.
E faço isso na condição de alguém que começou a
estudar aos seis anos, e não acredito que tenha sido algum crime pedagógico.
Aliás, quero dizer, sem falsa modéstia, que sempre me destaquei nos estudos, e
comecei aos seis anos.
Aliás, o filho do Ver. João Dib começou aos seis
anos também. Qual é o problema, então?
O Ver. Todeschini também iniciou aos seis anos;
a Verª Neuza Canabarro também iniciou aos seis anos. E
isso já faz algum tempinho, não vou dizer quanto, Verª
Neuza. E nos dias de hoje os jovens, as crianças, têm um desenvolvimento mais
fácil. Hoje vemos crianças de seis, sete anos lidando com o computador, com a
Internet, com os jogos, e têm acesso, pela televisão, ao conhecimento do mundo.
Então, dizer que uma criança de seis anos não
tem condições de estudar, isso sim, é um absurdo pedagógico. “Vai sacrificar o
jardim de infância!” Quer dizer, eu tinha quatro anos e já ia, e hoje temos
crianças de três, quatro, cinco anos que já estão aborrecidas do jardim de
infância, e almejam iniciar os estudos.
A segunda questão, e isso está ligado também,
Ver. Todeschini, à importância dos nove anos do Ensino Fundamental.
Aliás, é bom dizer, eu também sou do tempo que
eram cinco anos de ensino primário, quatro anos de ginásio, e mais três anos de
colegial.
Portanto, houve uma redução, no período do
regime militar, de nove para oito anos. Isso, Ver. Ismael Heinen, foi uma perda
para o Brasil. E, aí, me espanta que alguns Vereadores que têm como lema, Ver.
Bernardino, a Educação, questionem agora a ampliação para nove anos e a
possibilidade de a criança de seis anos poder estudar. Vereador Nereu, o senhor
iniciou com que idade, com sete ou com seis? Seis e meio? Temos aí um outro
exemplo. Todos nós sabemos o brilhantismo do Ver. Nereu D’Avila.
Então, vejam bem: o Ver. Nereu D’Avila seria
proibido de estudar. Isso seria um crime pedagógico, Ver. Nereu D’Avila. Eu até
acho que o senhor, com cinco anos e meio, já daria um ótimo estudante.
Portanto, nós cremos que esta Moção é justa,
porque traz a necessidade de que implantemos isso no Estado do Rio Grande do
Sul. O ex-Deputado, ex-Vereador Fortunati é um homem da Educação. Assinou, Ver.
Gerson, o protocolo, comprometendo-se, defendendo isso.
Então eu espero, com esta fala, Ver. Nereu, que
tenhamos o apoio da Bancada do PDT que sempre teve a Educação como uma questão
central. Isso aqui não é contra o Secretário Fortunati, Verª
Neuza Canabarro; é a favor da Educação. A senhora é uma educadora e sabe da
importância de a criança aos seis anos já poder iniciar os estudos, não é?
Então eu penso que a Moção é justa, recupera uma
Moção coletiva da Comissão de Educação, recupera toda essa legislação que foi
avançada durante o Governo Lula, e que está demonstrando, na prática, Ver.
Comassetto, que alguém está preocupado com a Educação. Não adianta dizer que é
preocupado com a Educação e votar contra uma Moção tão importante como essa,
não é Verª Sofia? A senhora, que não estava aqui há poucos
momentos, o próprio Ver. Nereu confessou que aos seis anos e meio de idade
iniciou os estudos. Eu dizia, todos conhecem o brilhantismo do Ver. Nereu que,
certamente, aos cinco anos e meio teria dado um grande advogado, como é um grande
Vereador.
Portanto, conto com o seu voto também, Ver.
Nereu D’Avila. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra para encaminhar o Requerimento nº 270/05.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. João
Antonio Dib o Requerimento nº 270/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por
15 votos SIM e 3 votos NÃO.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
ler a declaração de Voto.
O Sr. João Antonio Dib: (Lê.): É
uma Declaração de Voto. “Votei contrariamente ao Requerimento, uma vez que o
que se requer já é lei. O apoio da Câmara é intempestivo. Saúde e PAZ!” O Ver.
Haroldo de Souza assina junto.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Srs.
Vereadores, há uma idéia de algumas Lideranças em se votar um grupo de
Requerimentos em bloco. Sim, é verdade. Mas, devido a uma certa necessidade de
encaminharmos o Requerimento que está aqui há tempos, desde novembro, sobre o
Instituto do Câncer Infantil, este nós gostaríamos de votar em separado,
senhores.
Então nós passaremos a apreciar o Requerimento
nº 251, do Ver. Carlos Todeschini, que requer uma Moção de Solidariedade ao
Instituto do Câncer Infantil, pelo trabalho de alta relevância que tem
realizado para a sociedade gaúcha em busca da cura do câncer em crianças e
adolescentes, sem qualquer discriminação.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 251/05 – (Proc. N. 6661/05 – Ver. Carlos Todeschini) – requer Moção de Solidariedade ao Instituto do Câncer Infantil, pelo trabalho de alta relevância que tem realizado para a sociedade gaúcha em busca da cura do câncer em crianças e adolescentes sem qualquer discriminação. (incluído em 23-11-05)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação o
Requerimento nº 251/05, de autoria do Ver. Carlos Todeschini. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. APROVADO.
Em votação Requerimento deste Presidente, que
requer a votação em bloco dos Requerimentos nºs 001/06, 002/06, 003/06, 005/06
e 007/06, que tratam de homenagens. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 001/06 – (Proc. N. 0014/06 – Ver. José Ismael Heinen) – requer que o Período de Comunicações, no dia 21-08-06, seja destinado a homenagear o Dia do Soldado. (incluído em 11-01-06)
REQ. N. 002/06 – (Proc. N. 0020/06 – Ver. Raul Carrion) –
requer Sessão Solene a ser realizada no dia 28-04-06, às 15 horas, destinada a
homenagear as Faculdades Porto-Alegrenses (FAPA). (incluído em 11-01-06)
REQ. N. 003/06 – (Proc. N. 0021/06 – Ver. Raul Carrion) – requer que o Período de Comunicações, no dia 09-03-06, seja destinado a homenagear o programa “Polêmica”, da Rádio Gaúcha de Porto Alegre, e seu apresentador, Lauro Quadros. (incluído em 11-01-06)
REQ. N. 005/06 – (Proc. N. 0230/06 – Ver. Nereu D’Avila) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 27-06-06, às 17 horas, destinada a homenagear o Jornal “O Sul”, pelo transcurso do 5º aniversário. (incluído em 25-01-06)
REQ. N. 007/06 – (Proc. N. 0487/06 – Ver. Carlos Todeschini) – requer Sessão Solene a ser realizada no dia 07-06-06, às 19 horas, destinada a assinalar o transcurso do 60º aniversário da Escola Técnica Estadual “Senador Ernesto Dornelles”. (incluído em 08-02-06)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação em
bloco os Requerimentos nºs 001/06, 002/06, 003/06, 005/06 e 007/06. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS por unanimidade.
(encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
REQ. N. 011/06 – (Proc. N. 0634/06 – Ver. José Ismael Heinen) – requer Moção de Solidariedade aos integrantes da Brigada Militar e à família do soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar, Iuri Merlini Martins, morto possivelmente pela sua destacada atuação profissional. (incluído em 08-02-06)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação o
Requerimento nº 011/06, de autoria do Ver. José Ismael Heinen. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra
para encaminhar a votação do Requerimento nº 011/06.
O SR. JOSÉ
ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres colegas, mais uma
vítima, na nossa Cidade, dessa guerra da Segurança Pública. De um lado as
causas; de outro, os efeitos, principalmente a vítima: um soldado tido como
exemplar na corporação. Soldado que nos últimos dias, no desempenho das suas
funções, quase que batia recordes de prisões, de autuações e, acredita-se, foi
assassinado em represália ao serviço que estava prestando.
Da mesma forma, quero me solidarizar com os
agentes de Segurança Pública em geral, e também deixar registrado que na semana
passada, na Restinga, na unidade Monte Castelo, a Brigada
Militar, juntamente com o DEMHAB, teve que impetrar uma operação em casas
construídas pelo DEMHAB, porque os moradores lotados nessas residências estavam
sendo deslocados pelo narcotráfico; corridos de dentro da sua casa própria para
que eles pudessem instalar-se em pontos estratégicos.
Um dia antes, Sr.
Presidente, me veio ao conhecimento que isso estava acontecendo, por isso
quero, além de votar esta Moção, solidarizar-me e parabenizar a Brigada Militar
e o DEMHAB pela atitude que tomaram no dia imediato: fizeram uma blitz em todas
aquelas residências, colocando em dia os verdadeiros moradores. Temos que ficar
atentos, meus senhores, porque de nada adiantará fazermos casas para famílias
de baixa renda, com infra-estrutura, eliminarmos o déficit habitacional, e
permitirmos, concomitantemente, que a segurança desses moradores seja atingida
por ações dessa espécie.
O Soldado Iuri
Merlini Martins - morto em represália - é mais um que, por cumprir com o seu
dever à risca, entregou a sua vida em defesa dos efeitos e das causas da Segurança
Pública com que convivemos hoje. É lamentável, e este é o preço que estamos
pagando por esta cultura pela qual nossa Cidade passa, nosso Estado passa,
nosso País passa.
Temos que combater as
causas, mas também temos que ter cuidado para que aqueles que combatem os
efeitos tenham um melhor preparo, um melhor armamento, um melhor treinamento,
uma melhor seleção, um melhor ressarcimento por exporem suas vidas em defesa
das famílias indefesas da nossa sociedade.
É merecida esta Moção
de Solidariedade, em especial aos agentes de Segurança Pública e aos familiares
desse soldado que deu a sua vida no cumprimento do seu dever. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Muito obrigado, Vereador.
O Ver. Adeli Sell
está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 011/06, pelo
PT.
O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, em nome da
Bancada do Partido dos Trabalhadores, dos Vers. Gerson, Todeschini e
Comassetto, quero prestar aqui o nosso apoio a esta Moção de Solidariedade aos
familiares e à Brigada pela morte desse brigadiano, o Iuri Merlini Martins. Ele
é um dos tantos que tem sido morto nas atividades policiais na cidade de Porto
Alegre. Recentemente, também, um policial que prestava serviços no 11º
Batalhão, que cuidava exatamente da Praça da Encol, foi assassinado aqui na Av.
Borges de Medeiros, no prédio do IPE. E todos os indicativos até agora dão
conta de que o assassino é um sujeito que fez um conjunto de assaltos na Cidade
Baixa, na Praça Daltro Filho, que nós aqui várias vezes denunciamos como um dos
pontos mais críticos de insegurança da Cidade Baixa e do Centro de Porto
Alegre.
A situação da
Segurança no Estado do Rio Grande do Sul é de extrema calamidade pública. Recentemente
foi publicada uma pesquisa sobre o Governo do Estado, e a Segurança Pública
está na “lanterna”, em último lugar; teve a pior nota. Imediatamente, o
Secretário Substituto, o Promotor Fábio Medina Osório, “puxou o carro”, deixou
a Secretária com explicações que até hoje a maioria da população não entendeu.
Também temos uma informação de que, não bastasse ele sair da Secretaria - e ele
era o homem forte da Secretaria, ele deixou o Ministério Público, não sei se
pediu exoneração ou pediu licença - e está trabalhando numa grande empresa
privada, sem “quarentena”. Este é um outro problema dos servidores públicos, ou
mais especificamente de Cargos de Confiança que saem de um órgão público e
imediatamente vão para a iniciativa privada. E a Segurança Pública não é
tratada de forma diferente.
Quando há alguns
eventos, colocam-se batalhões e batalhões. Eu pergunto: o episódio de um
sujeito dar um depoimento, como aconteceu nesta semana, no Vale dos Sinos...
É necessário esse
aparato policial todo, essa força policial toda para resguardar um sujeito que
vai dar um depoimento numa delegacia de polícia? É necessário botar 300
policiais militares em Viamão, numa via pública? É necessário isso?
Eu digo,
categoricamente: quem manda não sabe mandar! E muitas vezes há essas ações
desencontradas, esses comandos que mudam Delegados de Polícia como se muda de
camisa... Eu tenho notado que os comandos da Brigada Militar, nesta Cidade, têm
mudado quase que mensalmente. São poucos os que permanecem nos comandos dos
batalhões. Nas companhias, nem se fala; e nos batalhões, menos ainda.
O que está
acontecendo com a Segurança Pública? Ou melhor, não está acontecendo! Ver. João
Dib, há uma Secretaria no Estado da Segurança Pública, dirigida pelo Secretário
José Otávio Germano que não disse a que veio. Politizaram durante quatro anos a
gestão de Olívio Dutra. Eu não vou politizar nem partidarizar. Eu vou apenas
levantar e constatar que a insegurança do Rio Grande do Sul é total e absoluta.
Do mês de dezembro até o dia 04 de fevereiro, 77 pessoas foram assassinadas em
Porto Alegre, 12 delas, Sr. Presidente, na nossa querida Restinga. Doze
pessoas!
Ver. Comassetto,
pessoas são enxotadas de suas casas pelo narcotráfico na 5.ª Unidade. Isso é um
absurdo. Na Restinga, o PSF da Castelo foi fechado, porque houve 21 assaltos, e
fica a 70 metros da Delegacia de Polícia e a 50 metros do Corpo de Bombeiros.
Onde está a Segurança Pública? Iuri e tantos outros soldados, tantos policiais
têm tombado pela má-gestão da Segurança Pública no Rio Grande do Sul.
Por isso, a nossa
solidariedade ao Soldado Iuri, à sua família, aos homens de bem que têm tombado
nesta Cidade. Que isso não volte a acontecer.
Avisada, a Brigada
nada fez para coibir aquele monstruoso fato que aconteceu em Farroupilha, em
que a Brigada foi acionada e nada fez, e foi feito um assalto cinematográfico a
um carro-forte.
Este Estado não tem
segurança, esta Cidade não tem segurança, e é contra isso que nós nos
rebelamos. Por isso a nossa solidariedade aos que tombam em defesa da segurança
do cidadão. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 011/06.
O SR. JOÃO ANTONIO
DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, é profundamente lamentável que seja usada a morte de um policial
militar, a cuja família se pretende dar solidariedade, e seja usado esse
documento para fazer a crítica que foi feita aqui e agora. Na verdade, a
segurança ou a insegurança não é no Rio Grande do Sul, mas no País inteiro. Eu
já disse aqui, o Senador Paim, a Senadora Heloísa Helena também dizem, que os
recursos da Segurança nacional são retirados, como também os da Saúde. Por
outro lado, se não combatermos o crime organizado, se não combatermos o
narcotráfico, se não combatermos o crime nas estradas - e isso cabe à Polícia
Federal -, nós não vamos conseguir resolver os problemas de Segurança nos
Estados. A Polícia Federal tem, em todo o Brasil, sete mil homens, tendo 1.200
quilômetros quadrados para cada um deles cuidar. E lá em Brasília há sete mil
marinheiros para cuidar do “mar-de-lama”, do “valerioduto” do Sr. José Dirceu e
de outros tantos.
Por isso nós não temos dinheiro para a Segurança
na área nacional. E se não houver combate ao narcotráfico e ao crime
organizado, que só a Polícia Federal pode fazer, nós não vamos ter solução.
Então, eu lamento - e lamento profundamente - que tenha sido usado um momento
de respeito à memória de alguém que trabalhou muito, que se destacou muito pelo
seu trabalho, para tentar fazer uma crítica política, eminentemente política.
A nossa solidariedade à família do policial
militar morto, porque, realmente, parece que ele era uma pessoa que cumpria com
o seu dever com muito rigorismo. E lamento que tenha sido usada a sua morte
para fazer o discurso que foi feito aqui, agora. Saúde e PAZ! Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento nº 011/06.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, o ano de 2006 é um ano eleitoral. A morte desse jovem
policial militar é, indiscutivelmente, profundamente lamentável, dura, que só
entendemos quando é na nossa pele. Mas vir aqui fazer um discurso e dizer que a
morte é por falta de uma política de Segurança!? Todas as mortes de policiais
ocorridas no Governo Olívio foram por ausência total de uma política de
Segurança! Isso seria o máximo da demagogia. Pois agora nós assistimos,
lamentavelmente, ao brilhante Ver. Adeli Sell dizer e fazer uso, ao invés... E
aí eu pergunto: quem de nós tem estudado segurança? Quais as consultas feitas
aos especialistas em segurança? Todos eles são unânimes em afirmar que quem
falar em ordem, quem falar em progresso e quem falar em segurança neste País
está mentindo! Nenhum governo vai conseguir uma política de segurança, porque é
impossível, atualmente! O resto é pura demagogia. Quem fala sobre segurança
hoje no mundo, Ver. Adeli, é o professor de segurança e sociólogo polonês
Zygmunt Bauman, que tem dois livros chamados “Vidas Desesperançadas” e “O
Mal-Estar da Pós-Modernidade”. Eles falam sobre segurança e afirmam exatamente
isso: as questões de inclusão e exclusão estão diretamente ligadas, e não é um
secretário de estado que vai incluir ou excluir as pessoas; é um sistema todo,
mundial!
As queixas de segurança hoje estão em Tóquio, em
Nova Iorque - que tinha a famosa “tolerância zero” e que já está voltando a
índices de criminalidade insuportáveis, com a mesma política, que era tão
espetacular.
Então, é muito fácil fazer proselitismo, fazer
demagogia, dizer que o Secretário não sabe nada de segurança, mas é muito
difícil, é impossível promover segurança num País com desigualdade, em que as
questões de exclusão são mil vezes mais estéticas, dentro da estética da
violência, como diz Luiz Eduardo Soares, Assessor de Segurança do Presidente
Lula, que foi demitido. Ele tem um livro em que ele diz exatamente isso: que é
impossível. E ele, na Guanabara, como Secretário de Segurança, não conseguiu
caminhar na direção da solução do problema. A complexidade do problema não se
presta para fazer esse pequeno proselitismo feito aqui em torno da morte -
necrofilicamente - de um policial, o que, evidentemente, nos consterna, mas é
inaceitável que um Vereador, a partir desse episódio, venha colocar como
exemplo, como paradigma da falta de segurança. Não! A falta de segurança é
mundial, não é na cidade de Porto Alegre, não é na cidade de Nova Iorque, não é
no Japão, em qualquer lugar do mundo hoje não se tem segurança. As questões de
exclusão e inclusão social estão dentro dos maiores debates que existem, e isso
pode ser flagrado - a exclusão - aqui no programa Big Brother, ou no antigo Big
Brother de George Orwell. Qualquer uma das duas, inclusão e exclusão, estão
presentes em caráter permanente. E é mentira de qualquer Governo no Brasil, é
mentira de qualquer político que venha prometer aqui que sabe qual é o problema
e a solução para a falta de segurança. Porque citar episódios, nós citamos. Eu
quero saber é como nós vamos resolver essas questões. A resposta é muito
simples: ninguém sabe.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado Ver.
Sebenelo.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para
encaminhar o Requerimento nº 011/06, por transposição de tempo com o Ver. Elói
Guimarães.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
primeiro, eu gostaria de fazer a nossa saudação, ao reinício dos trabalhos, a
todos os colegas, a todas as colegas. A nossa Bancada vem se somar, Ver.
Ismael, a essa Moção redigida por V. Exª, cuja ementa traduz solidariedade ao
passamento do soldado Iuri Merlino Martins.
Eu adentrava o Plenário, mas antes estava
ouvindo lá no gabinete, a manifestação do querido Ver. Adeli Sell sobre o tema.
Na verdade, ele legitimamente utilizou-se dessa Moção para tentar fazer um
verdadeiro bombardeio ao sistema de segurança do Estado. Mas eu quero discutir
a floresta, eu não quero discutir só a árvore. Eu quero dizer, Ver. Adeli, em
primeiro lugar, que o meio faz o cidadão, e o Partido de V. Exª sempre teve
como eixo de luta esse caminho. O fator da insegurança neste País, maior, ao
longo da sua história, é o fator da exclusão social de milhões de pessoas que
não têm oportunidade, que não têm acesso, absolutamente, Ver. Ervino, às
mínimas condições de cidadania. Vamos lá, nós temos
180 milhões de brasileiros, e nós temos 60 milhões de brasileiros e brasileiras
que vivem com menos de 80 reais por mês, que se alimentam dos lixões, que não
têm acesso à Educação, que não têm habitação, que vivem na absoluta
promiscuidade, e isto é fator de segurança pública, sim, e eu não vou resolver
isto, Ver. Adeli, construindo uma delegacia de polícia por quadra e fazendo contratações
de brigadianos e de policiais civis. Se o Estado fizesse isso, se eu não mudar
essa situação iníqua, eu não vou mudar o Brasil, eu não vou mudar o Rio Grande.
E aí eu quero dizer a
V. Exª que o Rio Grande não é uma ilha, se nós analisarmos, hoje - e nós
analisamos diariamente as pesquisas nacionais -, o fator número um que aponta o
Distrito Federal, o Acre, a Bahia, o Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do
Sul é o fator segurança pública. Então, o Rio Grande não é uma ilha.
Eu quero dizer que o
nosso Governo, diferentemente do Governo liderado pelo Governador Olívio Dutra,
tem prestigiado as corporações, unificado o trabalho das corporações,
respeitando as suas individualidades. O Governo liderado pelo Germano Rigotto
contratou mais de 3.500 polícias, entre servidores da Susepe, Brigada Militar,
Polícia Civil, e instalou 17 novas delegacias. Isto é suficiente? Isto não é
suficiente, Ver. João Antonio Dib, porque nós temos um sistema completamente
iníquo neste País na questão social. A impunidade é outro fator de insegurança
pública, isso não depende do aparelho do Governo de Estado, depende de
legislações deste País que precisam ser modificadas. “A porteira por onde passa
um boi, passa uma boiada”. O sujeito rouba uma pequena coisa, e nada lhe acontece,
ele vai avançando, e daqui a pouco ele se torna um criminoso em potencial.
Portanto, nós precisamos tratar isso também com muita firmeza.
Agora, entendo, com
toda tranqüilidade, que não há Governo de Estado nenhum da Federação que vai
resolver o problema de Segurança Pública sozinho; não há Município nenhum neste
País que vai resolver sozinho, quando a Federação, quando a União, fica com
63%, 64% de
tudo o que arrecada neste País, e que teve a capacidade de pagar 160 bilhões,
no ano que passou, para essa banqueirada. Esse é o Governo do PT! Esse é o
Governo dos pequenos, na prosa, na conversa, mas que governa para os grandes,
porque dinheiro para a segurança é zero! Agora ele acena com um pacote
eleitoreiro.
Eu pergunto se o cidadão lá de baixo da ponte
vai ter casa para ele? Mas dinheiro para a banqueirada - muito, muito dinheiro!
Eu gostaria de ouvir V. Exª nesta tribuna dizer: “O governo ao qual eu
pertenço, até que enfim, no último ano vai mudar, vai deixar de pagar juro para
banqueiro, vai investir, entre tantos temas importantes, na Segurança Pública”.
Mas, infelizmente, nós não estamos assistindo a isso, e lamentavelmente acho
que não vamos assistir até o final deste trágico Governo, neoliberal
recauchutado, que governa para os grandes e discursa para os pequenos, que é o
Governo do PT. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Muito obrigado.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para
encaminhar a votação do Requerimento nº 011/06.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente,
Srs. Vereadores, Vereadoras, este tema trazido no bojo da iniciativa do Ver.
José Ismael Heinen, é tema que está na pauta de todas as pessoas, é algo que
está, por assim dizer, colocando sobressalto à Cidade, ao Estado, que é a
questão ligada ao crescimento da delinqüência, da delinqüência organizada. E os
aparatos, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Vereadoras, os instrumentos do
Estado para fazer face ao embate da delinqüência estão absolutamente perdendo
essa guerra. Estamos assistindo a situações extremamente graves, gravíssimas,
quando se atira na autoridade, quando se atira no Estado, porque atirar no
policial é atirar no próprio Estado, que tem a responsabilidade de dar
segurança às pessoas; e se acusa muito a pobreza. É um discurso velho, que tem
uma raiz na esquerda. A questão social é importante, nesse processo?
Evidentemente; sim! A infração como processo endêmico, como endemia, ocorre,
existe, mas o que nós vemos é uma escalada diferente da delinqüência. Até um
determinado momento o ataque se dava diante da resistência da pessoa. Hoje isso
não acontece mais. Mata-se para depois buscar-se a apropriação material, o bem.
E o que aconteceu com este brigadiano está dentro deste quadro lamentável que
perpassa o País, que é a questão da impunibilidade.
A impunibilidade está na raiz desta questão
transcendental e relevante. E mais, o tratamento que recebe o delinqüente é
outra questão que tem de ser debatida. Temos dito: o trabalhador não tem carne,
levanta às seis horas da manhã para o trabalho e não tem comida, não tem carne!
O delinqüente tem nutricionista! Vejam, nutricionista e direito a sexo, no
presídio! Mas o que é isso? Isso aí acontece aqui no Brasil. O delinqüente mata
velhos, jovens e crianças, vai para o presídio e faz motim. Faz motim, lá no
presídio! Tem direito à nutricionista, e tem direito a sexo! Mas vem cá, gente,
algo está errado! Ou não está errado? Afinal, o sujeito mata, covardemente,
como tem acontecido, vai para o presídio e não pode ser tocado, porque senão
processa os que o tocaram e, etc, etc, etc e tal. E aí fica lá um período -
porque a lei é falha; nós temos que mexer no Código Penal, tenho dito isso, e vamos começar a examinar essas questões na Casa, temos que mexer;
fica lá um tempinho -, vai para a rua e volta a delinqüir. Isso de dizer que é
o pobre, que é a pobreza, com isso está-se acusando equivocadamente a pobreza!
Muitas vezes o homem pobre, que nasceu pobre, pega um pão, uma coisinha, mas
não é isso que vem ocorrendo, é o crime organizado com verdadeiros monstros a
atirar, a enlutar a sociedade porto-alegrense, rio-grandense e brasileira.
Portanto, quero
cumprimentar o autor da Moção por trazer esse debate tão importante que hoje
diz com o interesse geral da nossa população. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Obrigado, Ver. Elói. O Ver. Ervino Besson está com
a palavra para encaminhar o Requerimento nº 011/05.
O SR. ERVINO BESSON: Meu caro Presidente, Ver. Dr. Goulart, Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara, queria saudar a todos. Em nome da Bancada do PDT queremos nos
juntar e saudar o Ver. José Ismael por essa iniciativa.
Ver. José Ismael, V.
Exª, quando passou a exercer sua função oficialmente como militar, prestou
juramento à nossa bandeira de cumprir o seu dever. Nós, Vereadores, quando
assumimos nesta Casa, também prestamos juramento para legalmente obedecer à Lei Orgânica
do nosso Município. Os nossos brigadianos e policiais civis também, quando
assumiram as suas funções prestaram o juramento para defender, cumprir o seu
dever em defesa do nosso povo, mas muitos deles tombam ao defender a segurança
da nossa gente, como foi o caso do militar Iuri Merlini Martins, morto possivelmente
por sua destacada atuação. E esse militar, das 28 prisões durante o mês no 20º
Batalhão da Polícia Militar, 26 delas foi ele que fez, cumprindo com o dever,
com o juramento que ele fez, e covardemente foi morto.
Quero dizer para vocês que nos acompanham que há
algum tempo foi defendido pelo próprio Secretário Bisol, meu caro Ver. Adeli,
que o militar, antes de fazer uso da arma tinha que pedir licença para o
bandido: fazer uso da arma para a sua defesa, em defesa da segurança do nosso
povo, tinha que pedir licença para o bandido!
Ontem, às 17h, foi assaltado um empresário
conhecido no balneário de Cidreira, inclusive liderava um grupo de surfistas,
um homem dedicado, que fazia um belo trabalho na Cidade, reconhecido por todo o
nosso Litoral, foi morto covardemente. Agora eu pergunto a V. Exas: se fosse um
militar - não sei se ele seguiu os bandidos -, eles iriam poupá-lo? Parece que
de nove tiros ele recebeu sete balas. A nossa bandidagem está nesse nível!
Eu tenho dito aqui, nesta tribuna, meu caro Presidente,
que o nosso Código Penal tem de ser revisto. A liberdade condicional tem de ser
revista, e os crimes mais bárbaros que acontecem neste País são feitos por
essas pessoas. Será que os homens que tem a responsabilidade de revisarem o
nosso Código Penal, as nossas leis, se dão conta disso? Tem de ser revisto!
Famílias inteiras pagam por esses crimes bárbaros que estão acontecendo.
O Ver. Adeli Sell hoje não teve um dos seus
melhores dias; criticou de uma forma muito dura o nosso Secretário José Otávio
Germano, que não merece. Ele, como Secretário, acho que cumpre com o dever,
porque os problemas são enormes. Vamos comparar o Secretário Germano com o
Secretário Bisol, vamos fazer uma comparação rápida aqui. O Secretário Bisol
trouxe o Luiz Eduardo Soares aqui para resolver o problema da Segurança, a peso
de ouro, com dinheiro do povo. E resolveu? Resolveu, quis liberar a maconha!
Então, vamos com calma; criticar o nosso Secretário, criticar a mudança de
Delegados da Polícia? Vamos pensar o que aconteceu com o outro Governo.
Portanto, fica aqui a nossa solidariedade, meu
caro Ver. José Ismael, à família desse policial morto, covardemente, em defesa
do seu dever. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Raul
Carrion está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de nº
011/06.
O SR. RAUL CARRION: Exmo
Ver. Dr.
Goulart, Presidente da Casa, demais Vereadores e Vereadoras, em primeiro lugar
nós queríamos também nos solidarizar com a Moção do Ver. Ismael Heinen que
presta a solidariedade desta Casa ao Policial Iuri Merlini Martins do 20º
Batalhão da PM, covardemente assassinado, recentemente.
É importante esse quadro, pois mostra a situação
de insegurança que nós estamos vivendo.
Agora, no meio da tarde, me afastei por cerca de
uma hora, Verª Neuza Canabarro, eu tive de ir até à sede estadual do PCdoB, que
fica numa área extremamente central, ali na Cristóvão Colombo, nº 950, na
esquina da Gaspar Martins, onde tivemos uma reunião importante para tratarmos
da vinda do Presidente Lula ao Rio Grande do Sul, a Porto Alegre, a Caxias.
Quando eu estava chegando à sede, houve um tiroteio - 3, 4 tiros -, estava
ocorrendo um assalto na lotérica ao lado; havia carros de polícia, e parece que
detiveram os assaltantes.
Então, por qualquer lado que andemos nesta
Cidade hoje, Ver. Comassetto, constatamos que a criminalidade está livre,
correndo solta.
Eu só imagino, Ver. Ervino, se esse quadro
tivesse ocorrido nas circunstâncias do Governo passado. O que estariam
esbravejando, desta tribuna, os Vereadores da oposição...!
Eu nunca vi, naqueles
momentos, Ver. Comassetto, o Ver. Dib protestar que estavam usando a morte de
alguém para atacar o Governo - aliás, se pudesse, ele se somava ao ataque
também!
Então, evidentemente que esse crime, além da
solidariedade, nos obriga, Ver. Ervino, a refletir sobre o quadro de
insegurança que vive Porto Alegre.
E o que é mais grave, Ver. Márcio Bins Ely - e
eu mostro, aqui, o documento que o Ver. Ismael Heinen trouxe para embasar a sua
Moção -, é que colegas e familiares, que não quiseram se identificar,
protestaram que o armamento havia sido retirado de Iuri, pois estava sendo
ameaçado. E o PM Iuri, de 28 prisões do Batalhão, havia sido responsável por
26. E mais, diz a notícia (Lê.): “Fontes da Brigada Militar que não quiseram se
identificar disseram que o soldado também teria descoberto o envolvimento de
colegas com o tráfico de drogas”.
Então, vejam bem, era um PM que estava cumprindo
o seu dever, fez 26 prisões, em 28, descobriu o tráfico de drogas na
Corporação, estava sendo ameaçado e, ao invés de proteção, são retiradas as
suas armas. Isso não devemos considerar, não é Ver. Ervino? Vossa Excelência,
que vinha aqui para comentar qualquer assalto que ocorresse neste Estado,
responsabilizava o Sr. Secretário! Agora, trazer a reflexão sobre isso é crime
de lesa pátria, é desconsideração, é uso político! Ó tempos...! Ó tempos...!
Mas esta Cidade tem memória e compreende que
hoje, mais do que nunca, a insegurança tomou conta de Porto Alegre.
Mas a atual situação, que é situação no Estado,
que é situação na Cidade, esqueceu a Segurança! Esqueceu-a! Agora isso não tem
nada a ver...! Antes acusava a Prefeitura de Porto Alegre pela insegurança,
quando a responsabilidade é do Estado! Agora tem o Estado e tem a Prefeitura, e
nada! Realmente não dá para entender. Então, nós queremos dizer, Ver.
Todeschini, que nós somos solidários à Moção que o Ver. Ismael em boa hora traz
aqui, mas nós também queremos dizer que é preciso, além de solidariedade aos
mortos, evitar que essas mortes ocorram, sejam elas na Corporação, sejam elas
na sociedade. Devemos, principalmente, averiguar, porque, efetivamente, o
armamento foi retirado desse policial, para que evitemos que esses crimes
ocorram exatamente com os policiais que estão cumprindo com o seu dever.
Parabéns, Ver. Ismael, conte com a Bancada do PCdoB. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Goulart): Em votação o Requerimento nº 011/06, de autoria
do Ver. José Ismael Heinen. (Pausa.) Os
Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Srs. Vereadores, quero agradecer a todos pela
presença; também quero agradecer pela compreensão com este Presidente neste
primeiro dia de trabalho do ano legislativo. Quero também dizer aos senhores
que foi contemplada a filosofia desta Mesa, que fará com que os trabalhos sejam
agilizados, passando as Sessões Solenes para outros momentos. Hoje foi um dia
profícuo para esta Câmara; muito trabalhamos, muito nos dedicamos aos pleitos
da comunidade. Os senhores estão de parabéns; isso é o que esta Mesa neste ano
de 2006 precisa, necessita e quer fazer, contando com a ajuda de todos os
senhores e das Lideranças. Muito, muito obrigado. Quero mandar o meu abraço ao
Ver. Dib, com muito carinho, que é o nosso mestre.
* * * * *